A adoção do Bitcoin (BTC) em El Salvador apresenta um ritmo mais lento quando comparada à sua Argentina, de acordo com um relatório divulgado pelo associado de pesquisa da Ark Invest, David Puell, na última segunda-feira (28).
Embora El Salvador tenha ganhado destaque em 2021 ao conceder ao Bitcoin o status de moeda de curso legal, a implementação real da criptomoeda no país revela um cenário complexo e ambivalente, conforme observações feitas por Puell.
Em um recente podcast promovido pela Ark Invest, a CEO da Signum Growth Capital, Angela Dalton, compartilhou suas impressões de uma viagem ao país centro-americano. Segundo Puell, as considerações de Dalton lançam luz sobre a abordagem gradual e cautelosa adotada pelo povo salvadorenho em relação ao BTC.
Uma das principais razões para essa atitude mais reservada é a preferência dos salvadorenhos pelo dólar americano. Desde que adotou o dólar como moeda legal em 2001, El Salvador encontrou uma camada de estabilidade econômica, sendo capaz de evitar os efeitos prejudiciais da inflação que afetaram algumas nações vizinhas. Em contraste, a volatilidade significativa do preço do Bitcoin gerou uma sensação de incerteza entre os cidadãos, tornando a transição para a criptomoeda uma decisão complexa.
O relatório de Puell ressalta que, desde a aprovação do projeto de lei que reconheceu o Bitcoin como moeda legal em El Salvador, a criptomoeda experimentou uma queda de mais de 20% em seu preço. Essa volatilidade contrasta com a trajetória anterior do BTC, que havia dobrado em valor durante o período intermediário que antecedeu a decisão do país.
Em comparação, o cenário na Argentina apresenta uma progressão potencialmente mais suave para a adoção do Bitcoin, com fatores econômicos e sociais específicos influenciando essa trajetória.