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Bancos Centrais e BIS realizam testes de CBDCs em transferências internacionais

Projeto Mariana comprova viabilidade da liquidação estrangeira de moedas digitais

quinta, 28 de setembro, 2023 - 08:33

Redação MyCryptoChannel

Na busca pela inovação no setor financeiro global, o Banco de Compensações Internacionais (BIS) uniu forças com os bancos centrais de Cingapura, França, e Suíça para conduzir com sucesso um teste de comércio transfronteiriço envolvendo moedas digitais atacadistas do banco central (wCBDC). O relatório do teste, divulgado nesta última quinta-feira (28), revela que o Projeto Mariana alcançou resultados promissores ao explorar o potencial das CBDCs para aprimorar a liquidação de transferências interbancárias.

 

Prova de conceito inovadora

O Projeto Mariana, ao utilizar wCBDCs hipotéticos representando o euro, o dólar de Cingapura e o franco suíço em cenários simulados com instituições financeiras, abriu caminho para uma nova era de transações financeiras transfronteiriças. A base desse projeto repousa em um "padrão de token comum em um blockchain pública que facilita a interoperabilidade e a troca contínua de wCBDC em diversos sistemas locais de pagamento e liquidação mantidos pelos bancos centrais participantes", conforme detalhado em um comunicado de imprensa.

 

Essa abordagem inovadora representa um passo significativo na direção da eficiência e da simplicidade nas transferências interbancárias internacionais. À medida que mais nações exploram a emissão de CBDCs no atacado, visando aprimorar seus sistemas de pagamento, o Projeto Mariana se torna um marco importante para a comunidade financeira global.

 

Novas fronteiras de liquidação 

O objetivo central do Projeto Mariana era avaliar a viabilidade da liquidação estrangeira e cambial em um ambiente onde os bancos centrais emitem CBDCs. Com um crescente interesse por parte de países na Europa e Ásia na emissão de moedas digitais emitidas por bancos centrais no atacado, que prometem melhorar significativamente os pagamentos transfronteiriços, a importância dessa iniciativa não pode ser subestimada.

 

O Banque de France já havia sinalizado, em junho, que os CBDCs no atacado poderiam desempenhar um papel fundamental na otimização dos pagamentos transfronteiriços. Os resultados do Projeto Mariana agora respaldam essa perspectiva e abrem portas para uma nova era de cooperação e eficiência entre os bancos centrais.

 

Benefícios dos wCBDCs

Os wCBDCs, ou moedas digitais atacadistas do banco central, são concebidos para simplificar a liquidação de transações entre instituições financeiras. Por meio do uso de tecnologia de blockchain e tokens digitais, essas moedas podem acelerar e simplificar os processos de pagamento e liquidação, reduzindo custos e riscos associados.

 

Além disso, os wCBDCs podem melhorar a transparência nas transações financeiras, tornando mais fácil para os bancos centrais rastrear e supervisionar as atividades financeiras em seus territórios. Isso também pode contribuir para a prevenção de atividades ilícitas e fraudes no sistema financeiro.

 

Perspectivas para o futuro

À medida que os países continuam a explorar as possibilidades oferecidas pelas CBDCs no atacado, é provável que vejamos uma maior colaboração entre os bancos centrais e uma adoção mais ampla dessa tecnologia. A simplificação das transações financeiras transfronteiriças é apenas um dos muitos benefícios que as moedas digitais podem proporcionar, e o Projeto Mariana demonstra que esses benefícios podem ser alcançados com sucesso.

 

No entanto, é importante lembrar que a implementação em larga escala de CBDCs no atacado requer uma abordagem cuidadosa e coordenação internacional. Os bancos centrais devem trabalhar juntos para desenvolver padrões e regulamentações que garantam a segurança e a estabilidade do sistema financeiro global.

CBDC

BCE defende urgência na adoção do euro digital após ações de Trump contra moedas digitais de BCs

Banco Central Europeu enfatiza a necessidade de um euro digital para proteger a soberania monetária da Europa diante dos planos de Donald Trump

sexta, 24 de janeiro, 2025 - 18:13

Redação MyCryptoChannel

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O Banco Central Europeu (BCE) está reforçando sua posição sobre a necessidade de um euro digital, especialmente após recentes declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. 

De acordo com Piero Cipollone, membro do conselho executivo do BCE, a Europa "precisa" adotar uma moeda digital para combater os planos de Trump relacionados às stablecoins.

Proibição de CBDC nos Estados Unidos 

Em uma conferência recente, Cipollone comentou que a ordem executiva assinada por Trump, que proíbe a emissão e circulação de moedas digitais do banco central (CBDC) dentro dos Estados Unidos, poderia prejudicar os bancos, à medida que os consumidores migram para stablecoins. 

O presidente americano também estabeleceu um grupo de trabalho sobre mercados de ativos digitais, com a intenção de impulsionar o uso de stablecoins lastreadas em dólar. 

Para Cipollone, a criação de um euro digital seria uma resposta estratégica a esses movimentos, visando a segurança da soberania monetária europeia.

Desenvolvimento do euro digital

O BCE tem trabalhado no desenvolvimento de uma moeda digital centralizada para complementar o sistema bancário tradicional. 

Em uma comunicação oficial, o banco central europeu confirmou que está experimentando diversas tecnologias, tanto centralizadas quanto descentralizadas, para a criação do euro digital.

Desafios das stablecoins e o caso da Tether

No contexto do debate sobre stablecoins, a gigante de criptomoedas Tether anunciou recentemente que suspenderia a emissão de sua stablecoin lastreada em euros, o EURT, devido a pressões regulatórias na Europa. 

O movimento reflete um cenário mais amplo de aumento da vigilância sobre as moedas digitais emitidas por empresas privadas. 

Em um comunicado, a Tether afirmou que o EURT, que possui um volume de negociação pequeno, seria retirado de circulação até 2025, com um prazo para resgatar os tokens

CBDC

Banco Central quer um ambiente que permite transparência e interação com o Drex

Coordenador do projeto explica que a moeda digital brasileira visa ampliar o acesso aos serviços financeiros

terça, 19 de novembro, 2024 - 15:52

Redação MyCryptoChannel

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Durante o painel "Drex em 2025: Uma Nova Era em Construção", realizado no Criptorama, em São Paulo, Fabio Araújo, coordenador do projeto de criação do Drex no Banco Central, detalhou os planos da moeda digital brasileira.  

"O mercado está utilizando tecnologias de ativos digitais para gerenciar riscos e atender às diferentes demandas. [...] Estamos trabalhando para garantir que, independentemente do modelo escolhido, a segurança seja preservada dentro desses ambientes”, afirmou Araújo.  

Centralização do sistema do Drex 

Ao contrário do que se pode pensar, a moeda digital do BC não é totalmente centralizada. Araujo esclareceu que o Drex permite transparência e interação entre os participantes, mas sem concentrar informações em um único ponto.  

De acordo com Araújo, o projeto busca ampliar a descentralização ao atrair bancos, fintechs e outras instituições financeiras. O Drex, portanto, não se propõe a substituir os intermediários, mas a incluir mais opções regulamentadas e seguras.  

"Sem conhecimento adequado, muitos acabam perdendo dinheiro. Para a maioria, faz mais sentido contar com intermediários regulamentados, que operam sob regras claras e oferecem serviços de forma segura e estruturada. ", disse o coordenador. 

Inovação e inclusão financeira 

O objetivo do Drex é ampliar o acesso a serviços financeiros, especialmente para pessoas que enfrentam barreiras no modelo atual.  

Segundo Araújo, o sistema permitirá a tokenização de ativos como debêntures e títulos públicos, facilitando investimentos e operações financeiras. 

“Essa experiência simplificada, somada à facilidade de integração com canais digitais como bancos e corretoras, é um ponto crucial que o DREX busca incorporar ao sistema financeiro tradicional”, destacou.  

Desafios do projeto Drex 

Araújo também falou sobre os desafios enfrentados pelo Banco Central na implementação do Drex.  

Um dos maiores obstáculos é a transição do modelo financeiro tradicional para um ambiente digital mais flexível. 

A tendência é replicar práticas antigas, mas isso limita a capacidade de inovação.  

"Se fizermos isso, acabamos perdendo a vantagem da inovação e amarrando os novos serviços às limitações das tecnologias anteriores ", afirmou. 

Próximos passos do Drex 

Segundo Araújo, o cronograma inclui a publicação de resultados da primeira fase do projeto até o final de 2024.  

Ele afirmou que até meados de 2025, a equipe fará um sprint de desenvolvimento para ajustar o sistema.