sexta, 02 de maio, 2025

CBDC

A+ A-

Como o Drex, nova moeda digital, pode impactar a economia do Brasil?

Especialistas analisam importância do novo modelo de pagamento e recepção da CBDC no país

quarta, 16 de agosto, 2023 - 16:15

Ana Beatriz Rodrigues

O Banco Central (BC) do Brasil anunciou na semana passada o nome do Real Digital. Descrito como um nome forte e moderno pelo próprio BC, o Drex é o projeto do Brasil para sua própria moeda digital de banco central (em inglês, Central Bank Digital Currency – CBDC). 

 

A moeda promete um ambiente seguro no país com os benefícios das novas tecnologias. O Drex traz inovação, mas ainda há muitas dúvidas sobre como esse processo funcionará, o que é uma CBDC e de que forma a moeda impactará a economia brasileira. 

 

O que é CBDC?

 

A CBDC é a forma digital da moeda de um país, criada e controlada pelo Banco Central da região. Elas são uma espécie de versão virtual para o dinheiro fiduciário emitido pelos países e por isso segue o valor dele, além de ficar sujeita à inflação. Essas moedas podem modernizar sistemas de pagamento, com transações mais rápidas e seguras. 

 

A maior diferença entre as criptomoedas presentes no mercado e as CBDCs é que as moedas digitais são controladas com instituições definidas por um governo. O especialista em Economia Exponencial na SingularityU Brazil, Eduardo Ibrahim, afirma que a implementação dos CBDCs tem o objetivo de melhorar a dinâmica econômica do país por meio da tecnologia. 

 

“A utilização de ‘tokens digitais’ tem o potencial de diminuir a dependência de intermediários nas transações financeiras, fortalecer a confiança e gerar mais segurança entre os agentes econômicos, aumentar a transparência, otimizar processos e, dessa forma, estimular o crescimento econômico de maneira significativa”, completou Ibrahim.

 

Segundo o Central Bank Digital Currency Tracker, do Atlantic Council, 130 países estão explorando uma CBDC. Dentro do G20, 19 países estão em estágio avançado de desenvolvimento da CBDC, desses, nove já estão em fase piloto. No caso da China, o piloto atingiu mais de 260 milhões de pessoas com o Yuan Digital, que começou a ser elaborado em 2014.

 

Drex: CBDC do Brasil 

 

O Brasil é um dos países que está trabalhando nesse processo. O projeto-piloto do Drex foi iniciado em março de 2023 e está atualmente em fase de testes. Para o especialista em criptoativos e sócio do Jantalia Advogado, Carlos Akira Sato, “a versão digital do Real, com tecnologia blockchain, garante que a nossa moeda corrente acompanhe a evolução do mercado e possa interagir (interoperabilidade) de maneira eficiente com o mercado.” O Drex não será volátil, ou seja, um Drex sempre custará R$ 1.

 

Segundo o Banco Central do Brasil (BC), a criação do Drex favorece a “democratização financeira” com a redução de custos de transações financeiras tradicionais. Os planos da moeda digital do Brasil surgiram em maio de 2021 com a divulgação das Diretrizes do Real Digital e no segundo semestre do mesmo ano o Banco também realizou webinários para discussões sobre as aplicações do Drex.

 

Os testes são simulações de compra e venda de títulos públicos e são 16 instituições que participam dessa fase. Alguns participantes são: Itaú, Nubank, Bradesco, Santander e Banco Inter. Sato explica que o projeto está sendo testado em ambiente fechado, para que as “as práticas sejam avaliadas e, se aprovadas, sejam colocadas em prática”. 

 

Para Ibrahim, ainda é necessário adaptar as regulamentações e construir as infraestruturas para garantir um ambiente seguro e eficaz para o Drex no Brasil. Mas Ibrahim destaca que o que Drex se integra à visão da Web3. 

 

Essa abordagem permite que a moeda seja mais do que apenas um meio de troca, ela se transforma em uma unidade de programação capaz de executar funções automáticas e transparentes”, o especialista em Economia Exponencial na SingularityU Brazil ainda comenta. 

 

Impacto do Drex 

 

O Drex pode ser transformador para a economia brasileira. Ibrahim destaca que a CBDC “representa uma evolução significativa na forma como realizamos transações financeiras e interagimos com economia e finanças.” Além disso, a possibilidade de realizar pagamentos e transferências de uma maneira mais simples, o Drex ainda permitirá acesso a serviços financeiros mais avançados. 

 

O especialista em Economia Exponencial na SingularityU Brazil diz que isso pode aumentar a participação mais ativa das pessoas no sistema econômico, por operações com carteiras digitais. 

 

“Além disso, a tokenização pode contribuir para o aumento da diversificação do portfólio com novos ativos e, consequentemente, para o crescimento econômico em diversas áreas.”, complementou Ibrahim. 

 

Mesmo com todos os benefícios, o Drex ainda pode enfrentar certa resistência. Por isso, o especialista em economia afirma que é preciso fornecer informações claras sobre o funcionamento da CBDC e os benefícios da moeda.” Isso pode ser feito por meio de campanhas de conscientização que expliquem os benefícios, funcionalidades e segurança do Drex”, completou.

 

Sato relembra o caso do Pix e como o pagamento também sofreu relutância no começo. Mas para ele, “o DREX, assim como o PIX, facilitará a vida de pessoas e empresas que não haverá preocupações sobre a tecnologia que está por trás.”

 

CBDC

BCE defende urgência na adoção do euro digital após ações de Trump contra moedas digitais de BCs

Banco Central Europeu enfatiza a necessidade de um euro digital para proteger a soberania monetária da Europa diante dos planos de Donald Trump

sexta, 24 de janeiro, 2025 - 18:13

Redação MyCryptoChannel

Continue Lendo...

O Banco Central Europeu (BCE) está reforçando sua posição sobre a necessidade de um euro digital, especialmente após recentes declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. 

De acordo com Piero Cipollone, membro do conselho executivo do BCE, a Europa "precisa" adotar uma moeda digital para combater os planos de Trump relacionados às stablecoins.

Proibição de CBDC nos Estados Unidos 

Em uma conferência recente, Cipollone comentou que a ordem executiva assinada por Trump, que proíbe a emissão e circulação de moedas digitais do banco central (CBDC) dentro dos Estados Unidos, poderia prejudicar os bancos, à medida que os consumidores migram para stablecoins. 

O presidente americano também estabeleceu um grupo de trabalho sobre mercados de ativos digitais, com a intenção de impulsionar o uso de stablecoins lastreadas em dólar. 

Para Cipollone, a criação de um euro digital seria uma resposta estratégica a esses movimentos, visando a segurança da soberania monetária europeia.

Desenvolvimento do euro digital

O BCE tem trabalhado no desenvolvimento de uma moeda digital centralizada para complementar o sistema bancário tradicional. 

Em uma comunicação oficial, o banco central europeu confirmou que está experimentando diversas tecnologias, tanto centralizadas quanto descentralizadas, para a criação do euro digital.

Desafios das stablecoins e o caso da Tether

No contexto do debate sobre stablecoins, a gigante de criptomoedas Tether anunciou recentemente que suspenderia a emissão de sua stablecoin lastreada em euros, o EURT, devido a pressões regulatórias na Europa. 

O movimento reflete um cenário mais amplo de aumento da vigilância sobre as moedas digitais emitidas por empresas privadas. 

Em um comunicado, a Tether afirmou que o EURT, que possui um volume de negociação pequeno, seria retirado de circulação até 2025, com um prazo para resgatar os tokens

CBDC

Banco Central quer um ambiente que permite transparência e interação com o Drex

Coordenador do projeto explica que a moeda digital brasileira visa ampliar o acesso aos serviços financeiros

terça, 19 de novembro, 2024 - 15:52

Redação MyCryptoChannel

Continue Lendo...

Durante o painel "Drex em 2025: Uma Nova Era em Construção", realizado no Criptorama, em São Paulo, Fabio Araújo, coordenador do projeto de criação do Drex no Banco Central, detalhou os planos da moeda digital brasileira.  

"O mercado está utilizando tecnologias de ativos digitais para gerenciar riscos e atender às diferentes demandas. [...] Estamos trabalhando para garantir que, independentemente do modelo escolhido, a segurança seja preservada dentro desses ambientes”, afirmou Araújo.  

Centralização do sistema do Drex 

Ao contrário do que se pode pensar, a moeda digital do BC não é totalmente centralizada. Araujo esclareceu que o Drex permite transparência e interação entre os participantes, mas sem concentrar informações em um único ponto.  

De acordo com Araújo, o projeto busca ampliar a descentralização ao atrair bancos, fintechs e outras instituições financeiras. O Drex, portanto, não se propõe a substituir os intermediários, mas a incluir mais opções regulamentadas e seguras.  

"Sem conhecimento adequado, muitos acabam perdendo dinheiro. Para a maioria, faz mais sentido contar com intermediários regulamentados, que operam sob regras claras e oferecem serviços de forma segura e estruturada. ", disse o coordenador. 

Inovação e inclusão financeira 

O objetivo do Drex é ampliar o acesso a serviços financeiros, especialmente para pessoas que enfrentam barreiras no modelo atual.  

Segundo Araújo, o sistema permitirá a tokenização de ativos como debêntures e títulos públicos, facilitando investimentos e operações financeiras. 

“Essa experiência simplificada, somada à facilidade de integração com canais digitais como bancos e corretoras, é um ponto crucial que o DREX busca incorporar ao sistema financeiro tradicional”, destacou.  

Desafios do projeto Drex 

Araújo também falou sobre os desafios enfrentados pelo Banco Central na implementação do Drex.  

Um dos maiores obstáculos é a transição do modelo financeiro tradicional para um ambiente digital mais flexível. 

A tendência é replicar práticas antigas, mas isso limita a capacidade de inovação.  

"Se fizermos isso, acabamos perdendo a vantagem da inovação e amarrando os novos serviços às limitações das tecnologias anteriores ", afirmou. 

Próximos passos do Drex 

Segundo Araújo, o cronograma inclui a publicação de resultados da primeira fase do projeto até o final de 2024.  

Ele afirmou que até meados de 2025, a equipe fará um sprint de desenvolvimento para ajustar o sistema.