segunda, 03 de novembro, 2025

CBDC

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Como o Drex, nova moeda digital, pode impactar a economia do Brasil?

Especialistas analisam importância do novo modelo de pagamento e recepção da CBDC no país

quarta, 16 de agosto, 2023 - 16:15

Ana Beatriz Rodrigues

O Banco Central (BC) do Brasil anunciou na semana passada o nome do Real Digital. Descrito como um nome forte e moderno pelo próprio BC, o Drex é o projeto do Brasil para sua própria moeda digital de banco central (em inglês, Central Bank Digital Currency – CBDC). 

 

A moeda promete um ambiente seguro no país com os benefícios das novas tecnologias. O Drex traz inovação, mas ainda há muitas dúvidas sobre como esse processo funcionará, o que é uma CBDC e de que forma a moeda impactará a economia brasileira. 

 

O que é CBDC?

 

A CBDC é a forma digital da moeda de um país, criada e controlada pelo Banco Central da região. Elas são uma espécie de versão virtual para o dinheiro fiduciário emitido pelos países e por isso segue o valor dele, além de ficar sujeita à inflação. Essas moedas podem modernizar sistemas de pagamento, com transações mais rápidas e seguras. 

 

A maior diferença entre as criptomoedas presentes no mercado e as CBDCs é que as moedas digitais são controladas com instituições definidas por um governo. O especialista em Economia Exponencial na SingularityU Brazil, Eduardo Ibrahim, afirma que a implementação dos CBDCs tem o objetivo de melhorar a dinâmica econômica do país por meio da tecnologia. 

 

“A utilização de ‘tokens digitais’ tem o potencial de diminuir a dependência de intermediários nas transações financeiras, fortalecer a confiança e gerar mais segurança entre os agentes econômicos, aumentar a transparência, otimizar processos e, dessa forma, estimular o crescimento econômico de maneira significativa”, completou Ibrahim.

 

Segundo o Central Bank Digital Currency Tracker, do Atlantic Council, 130 países estão explorando uma CBDC. Dentro do G20, 19 países estão em estágio avançado de desenvolvimento da CBDC, desses, nove já estão em fase piloto. No caso da China, o piloto atingiu mais de 260 milhões de pessoas com o Yuan Digital, que começou a ser elaborado em 2014.

 

Drex: CBDC do Brasil 

 

O Brasil é um dos países que está trabalhando nesse processo. O projeto-piloto do Drex foi iniciado em março de 2023 e está atualmente em fase de testes. Para o especialista em criptoativos e sócio do Jantalia Advogado, Carlos Akira Sato, “a versão digital do Real, com tecnologia blockchain, garante que a nossa moeda corrente acompanhe a evolução do mercado e possa interagir (interoperabilidade) de maneira eficiente com o mercado.” O Drex não será volátil, ou seja, um Drex sempre custará R$ 1.

 

Segundo o Banco Central do Brasil (BC), a criação do Drex favorece a “democratização financeira” com a redução de custos de transações financeiras tradicionais. Os planos da moeda digital do Brasil surgiram em maio de 2021 com a divulgação das Diretrizes do Real Digital e no segundo semestre do mesmo ano o Banco também realizou webinários para discussões sobre as aplicações do Drex.

 

Os testes são simulações de compra e venda de títulos públicos e são 16 instituições que participam dessa fase. Alguns participantes são: Itaú, Nubank, Bradesco, Santander e Banco Inter. Sato explica que o projeto está sendo testado em ambiente fechado, para que as “as práticas sejam avaliadas e, se aprovadas, sejam colocadas em prática”. 

 

Para Ibrahim, ainda é necessário adaptar as regulamentações e construir as infraestruturas para garantir um ambiente seguro e eficaz para o Drex no Brasil. Mas Ibrahim destaca que o que Drex se integra à visão da Web3. 

 

Essa abordagem permite que a moeda seja mais do que apenas um meio de troca, ela se transforma em uma unidade de programação capaz de executar funções automáticas e transparentes”, o especialista em Economia Exponencial na SingularityU Brazil ainda comenta. 

 

Impacto do Drex 

 

O Drex pode ser transformador para a economia brasileira. Ibrahim destaca que a CBDC “representa uma evolução significativa na forma como realizamos transações financeiras e interagimos com economia e finanças.” Além disso, a possibilidade de realizar pagamentos e transferências de uma maneira mais simples, o Drex ainda permitirá acesso a serviços financeiros mais avançados. 

 

O especialista em Economia Exponencial na SingularityU Brazil diz que isso pode aumentar a participação mais ativa das pessoas no sistema econômico, por operações com carteiras digitais. 

 

“Além disso, a tokenização pode contribuir para o aumento da diversificação do portfólio com novos ativos e, consequentemente, para o crescimento econômico em diversas áreas.”, complementou Ibrahim. 

 

Mesmo com todos os benefícios, o Drex ainda pode enfrentar certa resistência. Por isso, o especialista em economia afirma que é preciso fornecer informações claras sobre o funcionamento da CBDC e os benefícios da moeda.” Isso pode ser feito por meio de campanhas de conscientização que expliquem os benefícios, funcionalidades e segurança do Drex”, completou.

 

Sato relembra o caso do Pix e como o pagamento também sofreu relutância no começo. Mas para ele, “o DREX, assim como o PIX, facilitará a vida de pessoas e empresas que não haverá preocupações sobre a tecnologia que está por trás.”

 

CBDC

Deputado Eduardo Bolsonaro critica Drex e defende o Bitcoin como alternativa à moeda digital central

Em postagens nas redes sociais, o parlamentar e o Partido Liberal se posicionam contra a criação da moeda digital centralizada pelo governo

sexta, 31 de janeiro, 2025 - 13:43

Redação MyCryptoChannel

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O debate sobre a implementação do Drex, a moeda digital do Banco Central do Brasil, voltou a ser destaque no cenário político, após a postura crítica do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) e outros membros do Partido Liberal (PL) sobre a criação da moeda centralizada.  

Ele se opôs à proposta do governo e defendeu o Bitcoin (BTC) como uma alternativa mais alinhada com a liberdade financeira.  

Em suas declarações, o deputado fez referência ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e suas políticas pró-cripto, sugerindo que o Brasil deveria seguir a mesma direção. 

Críticas ao Drex 

Em uma postagem nas redes sociais na quinta-feira (30), Eduardo Bolsonaro utilizou o X, antigo Twitter, para criticar a criação do Drex e defender que o Brasil não deveria seguir o caminho da moeda digital centralizada.  

“Pres. Trump falou em seu discurso que transformará os EUA na capital mundial de cripto e assinou um decreto impedindo o desenvolvimento de uma moeda digital centralizada, que é o que Lula quer fazer no Brasil criando uma moeda digital de nome DREX”, disse o deputado.  

Ele ainda completou: “Não podemos ficar para trás no Brasil, precisamos impedir que o DREX seja colocado em circulação”. 

Para o Eduardo Bolsonaro, o “Bitcoin tem se mostrado um instrumento fundamental para devolver o poder ao povo com liberdade”. 

Reação do partido liberal contra o Drex 

O Partido Liberal tem se posicionado de forma firme contra o Drex, com parlamentares como a deputada Julia Zanatta (PL) liderando um movimento de oposição.  

Ela apresentou o Projeto de Lei 3341/2024, que propõe a proibição da substituição do papel moeda por moedas digitais, permitindo aos cidadãos e instituições a liberdade de escolher os meios de pagamento a serem utilizados. 

Para Julia, o papel-moeda “é essencial para garantir a liberdade econômica, pois oferece um meio de pagamento acessível e confiável para todas as camadas da sociedade, incluindo aquelas que não têm acesso à tecnologia digital”.  

 

CBDC

BCE defende urgência na adoção do euro digital após ações de Trump contra moedas digitais de BCs

Banco Central Europeu enfatiza a necessidade de um euro digital para proteger a soberania monetária da Europa diante dos planos de Donald Trump

sexta, 24 de janeiro, 2025 - 18:13

Redação MyCryptoChannel

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O Banco Central Europeu (BCE) está reforçando sua posição sobre a necessidade de um euro digital, especialmente após recentes declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. 

De acordo com Piero Cipollone, membro do conselho executivo do BCE, a Europa "precisa" adotar uma moeda digital para combater os planos de Trump relacionados às stablecoins.

Proibição de CBDC nos Estados Unidos 

Em uma conferência recente, Cipollone comentou que a ordem executiva assinada por Trump, que proíbe a emissão e circulação de moedas digitais do banco central (CBDC) dentro dos Estados Unidos, poderia prejudicar os bancos, à medida que os consumidores migram para stablecoins. 

O presidente americano também estabeleceu um grupo de trabalho sobre mercados de ativos digitais, com a intenção de impulsionar o uso de stablecoins lastreadas em dólar. 

Para Cipollone, a criação de um euro digital seria uma resposta estratégica a esses movimentos, visando a segurança da soberania monetária europeia.

Desenvolvimento do euro digital

O BCE tem trabalhado no desenvolvimento de uma moeda digital centralizada para complementar o sistema bancário tradicional. 

Em uma comunicação oficial, o banco central europeu confirmou que está experimentando diversas tecnologias, tanto centralizadas quanto descentralizadas, para a criação do euro digital.

Desafios das stablecoins e o caso da Tether

No contexto do debate sobre stablecoins, a gigante de criptomoedas Tether anunciou recentemente que suspenderia a emissão de sua stablecoin lastreada em euros, o EURT, devido a pressões regulatórias na Europa. 

O movimento reflete um cenário mais amplo de aumento da vigilância sobre as moedas digitais emitidas por empresas privadas. 

Em um comunicado, a Tether afirmou que o EURT, que possui um volume de negociação pequeno, seria retirado de circulação até 2025, com um prazo para resgatar os tokens