O projeto de Moeda Digital do Banco Central Europeu enfrenta críticas contundentes de dois economistas da Universidade de Berna, que alertaram sobre os riscos associados a um dos principais objetivos do projeto e questionaram suas implicações mais amplas.
Cyril Monnet e Dirk Niepelt, os economistas por trás do relatório, levantaram preocupações significativas em relação ao objetivo declarado do Banco Central Europeu de "não causar danos aos bancos e proteger seu modelo de negócios" no contexto do lançamento do euro digital. Esse objetivo aparentemente benigno poderia trazer implicações complexas e potencialmente prejudiciais para o projeto CBDC.
Uma das principais inquietações expressas pelos autores do relatório é o conflito de interesses potencialmente gerado ao permitir que os bancos intermediários assumam a responsabilidade pela implementação do euro digital.
Essa abordagem, segundo os economistas, poderia criar um ambiente onde os bancos têm a tarefa de implementar um sistema que pode afetar seu próprio modelo de negócios. Isso levanta a questão da independência do euro digital em relação às instituições financeiras intermediárias.
Além disso, os economistas apontaram que as opções de design favorecidas pelo Conselho do BCE, que incluem limites para consumidores e limites ainda mais baixos para comerciantes, podem, na verdade, reduzir a atratividade do euro digital em vez de aumentá-la. A imposição desses limites rigorosos poderia limitar a utilidade e a adoção do CBDC, potencialmente impactando sua aceitação tanto por consumidores quanto por empresas.