sábado, 06 de setembro, 2025

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Implementação de CBDCs exige reformas jurídicas, afirma chefe do BIS

Banco de Compensações Internacionais destaca a necessidade de quadros legais claros para facilitar adoção em todo mundo

quarta, 27 de setembro, 2023 - 08:27

Redação MyCryptoChannel

A revolução das moedas digitais do banco central (CBDCs) segue em andamento, mas muitos países enfrentam obstáculos significativos devido à falta de estruturas jurídicas adequadas. Agustin Carstens, o gerente geral do Banco de Compensações Internacionais (BIS) destacou a importância crítica de estabelecer quadros legais sólidos para apoiar a implementação de CBDCs a nível global.

 

Em uma declaração feita nesta quarta-feira (27), Carstens enfatizou que os países precisam agir com urgência para criar estruturas jurídicas que permitam a emissão e a gestão eficaz das CBDCs. Este é um passo essencial para garantir que os bancos centrais em todo o mundo possam adotar e implementar com sucesso suas próprias moedas digitais do banco central.

 

Necessidade de quadros legais para CBDCs

De acordo com um documento do Fundo Monetário Internacional (FMI) datado de 2020, cerca de 80% dos bancos centrais em todo o mundo não tem autorização legal para emitir CBDCs com base nas leis existentes, ou seus quadros jurídicos carecem de clareza sobre essa questão. Isso representa um obstáculo significativo à adoção generalizada das moedas digitais.

 

À medida que as CBDCs se tornam cada vez mais proeminentes no cenário financeiro global, a necessidade de um ambiente regulatório claro e favorável torna-se ainda mais necessário. Sem regulamentações adequadas, os bancos centrais enfrentam incertezas jurídicas que podem prejudicar o desenvolvimento e a implementação.

 

Participação crescente dos Bancos Centrais

Uma pesquisa realizada pelo BIS em 2022 revelou que 93% dos bancos centrais de todo o mundo estavam envolvidos em algum tipo de trabalho relacionado às CBDCs. Isso demonstra o crescente interesse e a conscientização sobre o potencial transformador das CBDCs no setor financeiro global.

 

O próprio BIS, em colaboração com vários bancos centrais, conduziu uma série de experimentos relacionados às CBDCs, buscando desenvolver soluções inovadoras para questões técnicas e regulatórias. Esses experimentos destacam a importância de uma abordagem colaborativa e coordenada na pesquisa e desenvolvimento.

 

Chamada para colaboração global

Carstens fez um apelo enfático aos países para colaborarem em seus projetos, reconhecendo que essas moedas podem remodelar o sistema financeiro global. Ele destacou que, embora cada país possa ter suas razões e necessidades específicas para a adoção, a coordenação internacional é essencial para garantir a interoperabilidade e a estabilidade do sistema financeiro global.

 

A colaboração global também desempenha um papel vital na troca de informações e melhores práticas, permitindo que os países aprendam juntos e evitem erros comuns ao implementar suas CBDCs.

 

Benefícios para o sistema financeiro

As moedas digitais do banco central oferecem uma série de benefícios potenciais para o sistema financeiro global. Elas podem melhorar a eficiência das transações financeiras, reduzir os custos de liquidação e promover a inclusão financeira, permitindo que mais pessoas tenham acesso a serviços financeiros.

 

Além disso, as CBDCs podem desempenhar um papel importante na mitigação de riscos sistêmicos, uma vez que proporcionam maior transparência nas transações financeiras e permitem um melhor acompanhamento do fluxo de dinheiro.

 

Desafios a serem superados

Apesar dos benefícios promissores das CBDCs, existem desafios significativos a serem superados. Além das questões jurídicas, as moedas digitais emitidas por bancos centrais levantam preocupações sobre a privacidade dos dados, a cibersegurança e o potencial impacto nas instituições financeiras tradicionais.

 

No entanto, esses desafios não devem ser obstáculos intransponíveis. Com uma abordagem cuidadosa e colaborativa, os países podem trabalhar juntos para desenvolver quadros regulatórios sólidos que equilibrem a inovação tecnológica com a segurança financeira.

CBDC

BCE defende urgência na adoção do euro digital após ações de Trump contra moedas digitais de BCs

Banco Central Europeu enfatiza a necessidade de um euro digital para proteger a soberania monetária da Europa diante dos planos de Donald Trump

sexta, 24 de janeiro, 2025 - 18:13

Redação MyCryptoChannel

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O Banco Central Europeu (BCE) está reforçando sua posição sobre a necessidade de um euro digital, especialmente após recentes declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. 

De acordo com Piero Cipollone, membro do conselho executivo do BCE, a Europa "precisa" adotar uma moeda digital para combater os planos de Trump relacionados às stablecoins.

Proibição de CBDC nos Estados Unidos 

Em uma conferência recente, Cipollone comentou que a ordem executiva assinada por Trump, que proíbe a emissão e circulação de moedas digitais do banco central (CBDC) dentro dos Estados Unidos, poderia prejudicar os bancos, à medida que os consumidores migram para stablecoins. 

O presidente americano também estabeleceu um grupo de trabalho sobre mercados de ativos digitais, com a intenção de impulsionar o uso de stablecoins lastreadas em dólar. 

Para Cipollone, a criação de um euro digital seria uma resposta estratégica a esses movimentos, visando a segurança da soberania monetária europeia.

Desenvolvimento do euro digital

O BCE tem trabalhado no desenvolvimento de uma moeda digital centralizada para complementar o sistema bancário tradicional. 

Em uma comunicação oficial, o banco central europeu confirmou que está experimentando diversas tecnologias, tanto centralizadas quanto descentralizadas, para a criação do euro digital.

Desafios das stablecoins e o caso da Tether

No contexto do debate sobre stablecoins, a gigante de criptomoedas Tether anunciou recentemente que suspenderia a emissão de sua stablecoin lastreada em euros, o EURT, devido a pressões regulatórias na Europa. 

O movimento reflete um cenário mais amplo de aumento da vigilância sobre as moedas digitais emitidas por empresas privadas. 

Em um comunicado, a Tether afirmou que o EURT, que possui um volume de negociação pequeno, seria retirado de circulação até 2025, com um prazo para resgatar os tokens

CBDC

Banco Central quer um ambiente que permite transparência e interação com o Drex

Coordenador do projeto explica que a moeda digital brasileira visa ampliar o acesso aos serviços financeiros

terça, 19 de novembro, 2024 - 15:52

Redação MyCryptoChannel

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Durante o painel "Drex em 2025: Uma Nova Era em Construção", realizado no Criptorama, em São Paulo, Fabio Araújo, coordenador do projeto de criação do Drex no Banco Central, detalhou os planos da moeda digital brasileira.  

"O mercado está utilizando tecnologias de ativos digitais para gerenciar riscos e atender às diferentes demandas. [...] Estamos trabalhando para garantir que, independentemente do modelo escolhido, a segurança seja preservada dentro desses ambientes”, afirmou Araújo.  

Centralização do sistema do Drex 

Ao contrário do que se pode pensar, a moeda digital do BC não é totalmente centralizada. Araujo esclareceu que o Drex permite transparência e interação entre os participantes, mas sem concentrar informações em um único ponto.  

De acordo com Araújo, o projeto busca ampliar a descentralização ao atrair bancos, fintechs e outras instituições financeiras. O Drex, portanto, não se propõe a substituir os intermediários, mas a incluir mais opções regulamentadas e seguras.  

"Sem conhecimento adequado, muitos acabam perdendo dinheiro. Para a maioria, faz mais sentido contar com intermediários regulamentados, que operam sob regras claras e oferecem serviços de forma segura e estruturada. ", disse o coordenador. 

Inovação e inclusão financeira 

O objetivo do Drex é ampliar o acesso a serviços financeiros, especialmente para pessoas que enfrentam barreiras no modelo atual.  

Segundo Araújo, o sistema permitirá a tokenização de ativos como debêntures e títulos públicos, facilitando investimentos e operações financeiras. 

“Essa experiência simplificada, somada à facilidade de integração com canais digitais como bancos e corretoras, é um ponto crucial que o DREX busca incorporar ao sistema financeiro tradicional”, destacou.  

Desafios do projeto Drex 

Araújo também falou sobre os desafios enfrentados pelo Banco Central na implementação do Drex.  

Um dos maiores obstáculos é a transição do modelo financeiro tradicional para um ambiente digital mais flexível. 

A tendência é replicar práticas antigas, mas isso limita a capacidade de inovação.  

"Se fizermos isso, acabamos perdendo a vantagem da inovação e amarrando os novos serviços às limitações das tecnologias anteriores ", afirmou. 

Próximos passos do Drex 

Segundo Araújo, o cronograma inclui a publicação de resultados da primeira fase do projeto até o final de 2024.  

Ele afirmou que até meados de 2025, a equipe fará um sprint de desenvolvimento para ajustar o sistema.