quarta, 18 de setembro, 2024

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Cartões de criptomoedas podem ser o futuro do pagamento digital no Brasil?

Falta de regulamentação e volatilidade dos ativos podem desafiar nova mobilidade no país

terça, 31 de outubro, 2023 - 16:02

Ana Beatriz Rodrigues

No Brasil, foram emitidos cerca de 450 milhões de cartões de crédito e débito nos últimos dez anos, segundo relatório do Dinheiro Sem Plástico. Além disso, o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) apontou que 52 milhões de brasileiros usam o cartão de crédito como forma de pagamento.

 

Esses dados apontam para a dependência da população do Brasil para cartões. Nesse contexto, surgem os cartões de criptomoedas, que podem armazenar os criptoativos dos brasileiros e se tornarem uma alternativa para cartões convencionais.  

 

Como funciona um cartão de criptomoeda? 

Esse novo modelo pode ser usado da mesma maneira que os cartões tradicionais. Um levantamento da Binance de junho mostra que os locais no qual os brasileiros mais usam essa forma de pagamento são em supermercados e em pequenos mercados. 

 

O vice-presidente, chefe de inovação e design da Visa, Akshay Chopra, disse em entrevista no início de outubro de 2023 que os cartões com criptoativos viabilizaram o volume de US$ 3 bilhões em pagamentos.

 

A maior diferença entre essas modalidades é que o cartão tradicional são baseados em moedas fiduciárias, como o real brasileiro e o dólar. Em contrapartida, a outra tecnologia utiliza as criptomoedas para fazer os pagamentos. Esse novo método pode trazer diversas vantagens para os usuários. 

 

A professora de contabilidade da ESEG (Faculdade do Grupo Etapa), Marina Prieto, conta que o pagamento com esses cartões funcionam de modo bem simples. Ela disse que “uma vez que as criptomoedas estão na carteira associada ao cartão, os usuários podem usá-lo para fazer compras em estabelecimentos que aceitam cartões de débito ou crédito”.

 

O valor da compra é automaticamente convertido em moeda fiduciária no momento da transação, permitindo que você gaste suas criptomoedas como se fosse dinheiro tradicional”, completou Marina. 

 

Para ter um cartão de criptomoedas, os usuários precisam se cadastrar em empresas que oferecem esse serviço. Desse modo, eles também precisam ter criptomoedas para realizar as transações em comércios. 

 

Marina explica que “os usuários podem verificar o saldo de criptomoedas em sua carteira associada ao cartão e recebem extratos de transações, que incluem detalhes sobre as conversões de criptomoedas em moeda fiduciária. Quando o saldo de criptomoedas fica baixo, os usuários podem carregar sua carteira associada ao cartão com mais criptomoedas”.

 

Modalidade no Brasil 

Segundo a professora de contabilidade da ESEG, essa modalidade poderia auxiliar no crescimento econômico do Brasil. 

 

Em relação à economia brasileira, os cartões de criptomoedas podem ajudar a incentivar o uso de criptomoedas no país, o que poderia facilitar transações internacionais, atrair investimentos estrangeiros e proporcionar opções financeiras alternativas”.

 

Apesar das vantagens da nova forma de pagamento, os cartões de criptomoedas não estão inseridos em um cenário otimista no Brasil. Em agosto deste ano, a Binance anunciou que encerraria o serviço no território brasileiro. Além disso, os cartões Binance Card não seriam mais fornecidos em toda a América Latina e Oriente Médio. 

 

Marina ressalta que existem muitos desafios associados ao uso da tecnologia do Brasil. Para ela, a falta de clareza regulatória no país pode afetar esse crescimento que poderia ser vantajoso.

 

A falta de regulamentação clara pode criar incerteza e riscos para os usuários de cartões de criptomoedas, a volatilidade das criptomoedas pode tornar o uso de cartões de criptomoedas arriscado para gastos cotidianos e uma aceitação limitada, pois muitos estabelecimentos ainda não aceitam criptomoedas como forma de pagamento, o que limita a utilidade desses cartões”, explicou. 

 

A professora de contabilidade da ESEG (Faculdade do Grupo Etapa) diz que o futuro dos cartões de criptomoedas no Brasil depende da evolução das regulamentações governamentais e da aceitação generalizada de criptomoedas na sociedade brasileira. 

 

À medida que as criptomoedas se tornam mais comuns e as regulamentações se estabelecem, é possível que os cartões de criptomoedas desempenhem um papel mais significativo na economia do país”, completou. 

 

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que o mercado de cartões passará por mudanças nos próximos anos no Brasil. Neto explicou sobre o Pix, o Drex e outras iniciativas do BC.

Criptomoedas

Da recuperação do Bitcoin à ascensão da Sui: CoinEx mostra as tendências do mercado cripto em agosto

Relatório da CoinEx sobre o mercado cripto em agosto destaca recuperação do Bitcoin, ascensão da Sui e tendências de volatilidade

segunda, 16 de setembro, 2024 - 16:17

Redação MyCryptoChannel

Relatório da CoinEx sobre o mercado cripto em agosto revela insights sobre a recuperação do Bitcoin e a ascensão da Sui.

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Em agosto de 2024, o mercado de criptomoedas experimentou uma série de mudanças que refletem tanto a volatilidade do setor quanto os fatores macroeconômicos globais. O relatório da CoinEx Research fornece uma visão clara dessas mudanças, abordando desde a recuperação do Bitcoin até a ascensão da Sui, além das dificuldades enfrentadas pelo Ethereum e o papel crescente das stablecoins no ecossistema cripto.

Este relatório é fundamental para entender as dinâmicas atuais do mercado de criptomoedas, oferecendo insights cruciais para investidores e participantes do setor que buscam se adaptar a um ambiente em constante evolução.

Recuperação e volatilidade: o desafio do bitcoin

O Bitcoin, a maior criptomoeda por valor de mercado, viveu um mês de agosto marcado por oscilações. Depois de uma recuperação gradual, o preço do BTC atingiu o nível de abertura do mês, mostrando sinais positivos de curto prazo. No entanto, à medida que os mercados globais enfrentavam incertezas, o Bitcoin também caiu, fechando agosto próximo à marca de US$ 58.000.

Essa queda pode ser explicada por fatores como a decisão do Banco do Japão de aumentar as taxas de juros, desencadeando uma série de liquidações nos mercados financeiros globais. Embora os mercados de ações dos EUA tenham conseguido se recuperar rapidamente, o mercado de criptomoedas não seguiu o mesmo ritmo. Isso sugere que o setor cripto pode ser mais sensível a eventos macroeconômicos do que outros ativos tradicionais.

Além disso, observou-se uma tendência crescente entre os investidores de manter suas posições em Bitcoin, em vez de liquidá-las. Isso é evidenciado pela redução dos saldos de Bitcoin nas exchanges, que atingiram o menor nível de 2024, com 2,39 milhões de BTC armazenados fora das plataformas de negociação. Essa retenção sugere uma expectativa de valorização futura, à medida que o mercado busca estabilidade.

Condição atual do mercado: sem direção clara

O mercado de criptomoedas está atualmente em um estado de limbo, sem uma direção clara. O Fear & Greed Index, que mede o sentimento do mercado, caiu para a zona de "Medo Extremo". Isso significa que muitos investidores estão cautelosos quanto à possibilidade de perdas adicionais.

No entanto, há um consenso no mercado de que o Federal Reserve dos EUA deverá cortar as taxas de juros em setembro. Esse corte já está amplamente precificado nos mercados, o que pode trazer uma oportunidade para investidores de longo prazo que estão dispostos a enfrentar a volatilidade atual. Para muitos, isso pode ser visto como uma janela de compra, especialmente se os preços das criptomoedas caírem ainda mais antes da recuperação esperada.

Desafios do Ethereum: pressão e recuperação

Embora o Ethereum tenha registrado uma entrada líquida positiva em seus ETFs, com US$ 6,2 milhões em agosto, o preço da criptomoeda continua a enfrentar uma pressão de baixa. Em comparação, o mês anterior viu uma saída líquida de US$ 541,8 milhões, indicando que o interesse por parte dos investidores institucionais está retornando, mas em um ritmo moderado.

Os desafios enfrentados pelo Ethereum não se limitam apenas ao preço. O relatório aponta que, apesar da desaceleração das saídas do ETHE da Grayscale, a criptomoeda continua a lutar para manter sua estabilidade de preço. Isso ocorre em meio a uma maior competição dentro do espaço DeFi (finanças descentralizadas), onde o Ethereum continua a ser uma das plataformas mais utilizadas, mas enfrenta desafios para manter seu domínio.

Mesmo com essas dificuldades, o valor subjacente do Ethereum como plataforma de contratos inteligentes e sua importância no setor DeFi permanecem sólidos. A sustentabilidade da rede, aliada à inovação contínua, pode ser um ponto de virada para a criptomoeda nos próximos meses.

Ascensão da Sui: um novo protagonista

Enquanto as principais criptomoedas enfrentam desafios, a Sui emergiu como uma nova força no mercado, especialmente no setor GameFi. Sua proposta de valor única, aliada ao suporte de investidores influentes e Key Opinion Leaders (KOLs), tem atraído a atenção de muitos.

Impulsionada pelo lançamento de novos produtos fiduciários pela Grayscale, a Sui está se destacando em um campo competitivo que inclui plataformas como a Solana. Comparações entre as duas são comuns, mas a Sui tem conseguido se diferenciar, especialmente por seu foco em soluções inovadoras para o ecossistema de jogos baseados em blockchain.

Esse crescimento ressalta a natureza competitiva das plataformas blockchain, com cada uma buscando oferecer recursos únicos para atrair desenvolvedores e investidores. A ascensão da Sui demonstra que, mesmo em um mercado saturado, há espaço para inovações que atendem a nichos específicos.

Ecossistema Ton: desafios e resiliência

O ecossistema Ton foi fortemente impactado pela prisão do fundador do Telegram, Pavel Durov, o que resultou em uma queda significativa no preço do Toncoin e no valor total bloqueado (TVL) na rede. Em agosto, o preço do Toncoin caiu 20%, enquanto o TVL teve uma queda de 30%.

Apesar disso, a comunidade de Toncoin mostrou resiliência, adotando o avatar da meme coin Resistance Dog como símbolo de apoio à rede e ao seu fundador. Essa resposta reflete a força das comunidades cripto, que frequentemente se unem em tempos de crise para mostrar solidariedade e apoiar os desenvolvimentos contínuos da rede.

Stablecoins: um Indicador de estabilidade?

As stablecoins continuam a desempenhar um papel fundamental no mercado de criptomoedas, especialmente em momentos de incerteza. Em agosto, foram emitidos mais US$ 4 bilhões em USDT e USDC, trazendo o valor total de stablecoins de volta aos níveis observados em novembro de 2023.

Essa emissão adicional sugere que, embora o mercado cripto esteja passando por um período de estagnação, ele ainda não entrou em uma fase de bear market absoluto, como ocorreu no início de 2022. A entrada de stablecoins sinaliza que os investidores ainda estão cautelosos, mas não estão abandonando o mercado por completo. Pelo contrário, estão buscando formas de proteger seus investimentos enquanto aguardam novas oportunidades.

Um mercado em ponto de inflexão

O relatório da CoinEx Research deixa claro que o mercado de criptomoedas está em um ponto de inflexão. Influenciado por fatores macroeconômicos, como as taxas de juros globais e as políticas monetárias dos principais bancos centrais, o setor cripto está enfrentando desafios significativos. No entanto, como sempre, onde há desafios, também há oportunidades.

À medida que o mercado aguarda por novos catalisadores, como mudanças regulatórias e eventos econômicos globais, os investidores precisarão manter uma abordagem estratégica. Aqueles que conseguirem navegar pela volatilidade atual estarão bem posicionados para aproveitar as oportunidades que certamente surgirão no futuro próximo.

 

Criptomoedas

Investidores brasileiros aportam US$ 2,8 milhões em fundos de criptomoedas

Brasil ocupou a sexta posição global em investimentos em cripto, contribuindo com US$ 2,8 milhões em uma semana de entradas líquidas globais de US$ 436 milhões

segunda, 16 de setembro, 2024 - 15:02

Redação MyCryptoChannel

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Na última sexta-feira (13), os aportes de investidores brasileiros em fundos de criptomoedas somaram US$ 2,8 milhões, cerca de R$ 15,5 milhões, segundo dados da CoinShares. 

Esse valor faz parte de uma tendência global de entradas líquidas que totalizaram US$ 436 milhões durante a semana, revertendo o fluxo negativo da semana anterior, mostra relatório desta segunda-feira (16).  

Os maiores volumes de aportes ocorreram nos Estados Unidos (US$ 416 milhões), Suíça (US$ 27,1 milhões) e Alemanha (US$ 10,6 milhões). Por outro lado, Canadá e Suécia registraram saídas líquidas de US$ 17,9 milhões e US$ 4,6 milhões, respectivamente. 

A CoinShares atribui essa mudança nas entradas de fundos de criptomoedas à expectativa dos investidores quanto à possibilidade de um corte na taxa de juros básica pelo Federal Reserve (Fed), o banco central dos EUA, que pode ser de até 0,50%, com anúncio esperado na próxima quarta-feira (18).  

“Acreditamos que o aumento nas entradas no final da semana foi motivado por uma mudança significativa nas expectativas do mercado para um potencial corte de 50 pontos-base na taxa de juros em 18 de setembro”, afirmou o chefe de pesquisa da CoinShares, James Butterfill.  

Mesmo com esse aumento nas entradas líquidas na última semana, o volume de negociações cripto, de US$ 14,2 bilhões, ficou abaixo da média anual. 

O total de Ativos sob Gestão (AuM) também aumentou, com o Brasil ocupando a sexta posição global, acumulando US$ 862 milhões. Os líderes globais foram os EUA (US$ 62,54 bilhões), Suíça (US$ 4,42 bilhões), Canadá (US$ 4,03 bilhões), Alemanha (US$ 3,45 bilhões) e Suécia (US$ 2,64 bilhões). 

O Bitcoin (BTC) foi o principal responsável pelas entradas líquidas, com US$ 436 milhões, seguido por cestas multiativos (US$ 22,8 milhões) e Solana (SOL), com US$ 3,8 milhões. O BTC havia acumulado uma sequência de 10 dias de saídas líquidas totalizando US$ 1,2 bilhão.  

Por outro lado, Ethereum (ETH) e Short Bitcoin registraram as maiores saídas líquidas, de US$ 19 milhões e US$ 8,5 milhões, respectivamente. A proporção entre Bitcoin e ETH caiu nesse final de semana para abaixo de 0,04.