sexta, 03 de maio, 2024

Criptomoedas

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Cartões de criptomoedas podem ser o futuro do pagamento digital no Brasil?

Falta de regulamentação e volatilidade dos ativos podem desafiar nova mobilidade no país

terça, 31 de outubro, 2023 - 16:02

Ana Beatriz Rodrigues

No Brasil, foram emitidos cerca de 450 milhões de cartões de crédito e débito nos últimos dez anos, segundo relatório do Dinheiro Sem Plástico. Além disso, o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) apontou que 52 milhões de brasileiros usam o cartão de crédito como forma de pagamento.

 

Esses dados apontam para a dependência da população do Brasil para cartões. Nesse contexto, surgem os cartões de criptomoedas, que podem armazenar os criptoativos dos brasileiros e se tornarem uma alternativa para cartões convencionais.  

 

Como funciona um cartão de criptomoeda? 

Esse novo modelo pode ser usado da mesma maneira que os cartões tradicionais. Um levantamento da Binance de junho mostra que os locais no qual os brasileiros mais usam essa forma de pagamento são em supermercados e em pequenos mercados. 

 

O vice-presidente, chefe de inovação e design da Visa, Akshay Chopra, disse em entrevista no início de outubro de 2023 que os cartões com criptoativos viabilizaram o volume de US$ 3 bilhões em pagamentos.

 

A maior diferença entre essas modalidades é que o cartão tradicional são baseados em moedas fiduciárias, como o real brasileiro e o dólar. Em contrapartida, a outra tecnologia utiliza as criptomoedas para fazer os pagamentos. Esse novo método pode trazer diversas vantagens para os usuários. 

 

A professora de contabilidade da ESEG (Faculdade do Grupo Etapa), Marina Prieto, conta que o pagamento com esses cartões funcionam de modo bem simples. Ela disse que “uma vez que as criptomoedas estão na carteira associada ao cartão, os usuários podem usá-lo para fazer compras em estabelecimentos que aceitam cartões de débito ou crédito”.

 

O valor da compra é automaticamente convertido em moeda fiduciária no momento da transação, permitindo que você gaste suas criptomoedas como se fosse dinheiro tradicional”, completou Marina. 

 

Para ter um cartão de criptomoedas, os usuários precisam se cadastrar em empresas que oferecem esse serviço. Desse modo, eles também precisam ter criptomoedas para realizar as transações em comércios. 

 

Marina explica que “os usuários podem verificar o saldo de criptomoedas em sua carteira associada ao cartão e recebem extratos de transações, que incluem detalhes sobre as conversões de criptomoedas em moeda fiduciária. Quando o saldo de criptomoedas fica baixo, os usuários podem carregar sua carteira associada ao cartão com mais criptomoedas”.

 

Modalidade no Brasil 

Segundo a professora de contabilidade da ESEG, essa modalidade poderia auxiliar no crescimento econômico do Brasil. 

 

Em relação à economia brasileira, os cartões de criptomoedas podem ajudar a incentivar o uso de criptomoedas no país, o que poderia facilitar transações internacionais, atrair investimentos estrangeiros e proporcionar opções financeiras alternativas”.

 

Apesar das vantagens da nova forma de pagamento, os cartões de criptomoedas não estão inseridos em um cenário otimista no Brasil. Em agosto deste ano, a Binance anunciou que encerraria o serviço no território brasileiro. Além disso, os cartões Binance Card não seriam mais fornecidos em toda a América Latina e Oriente Médio. 

 

Marina ressalta que existem muitos desafios associados ao uso da tecnologia do Brasil. Para ela, a falta de clareza regulatória no país pode afetar esse crescimento que poderia ser vantajoso.

 

A falta de regulamentação clara pode criar incerteza e riscos para os usuários de cartões de criptomoedas, a volatilidade das criptomoedas pode tornar o uso de cartões de criptomoedas arriscado para gastos cotidianos e uma aceitação limitada, pois muitos estabelecimentos ainda não aceitam criptomoedas como forma de pagamento, o que limita a utilidade desses cartões”, explicou. 

 

A professora de contabilidade da ESEG (Faculdade do Grupo Etapa) diz que o futuro dos cartões de criptomoedas no Brasil depende da evolução das regulamentações governamentais e da aceitação generalizada de criptomoedas na sociedade brasileira. 

 

À medida que as criptomoedas se tornam mais comuns e as regulamentações se estabelecem, é possível que os cartões de criptomoedas desempenhem um papel mais significativo na economia do país”, completou. 

 

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que o mercado de cartões passará por mudanças nos próximos anos no Brasil. Neto explicou sobre o Pix, o Drex e outras iniciativas do BC.

ETFs

ETFs de cripto em Hong Kong não temem repressão americana ao Ethereum (ETH), dizem especialistas

Autoridades do território possuem autonomia para determinar a classificação do Ethereum

terça, 30 de abril, 2024 - 13:59

Redação MyCryptoChannel

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Especialistas do setor de criptomoedas em Hong Kong minimizaram o impacto da possível repressão americana ao Ethereum (ETH) como valor mobiliário sobre os novos ETFs de criptomoedas lançados no território nesta terça-feira (30). 

Em coletiva de imprensa na véspera do lançamento dos ETFs de cripto em Hong Kong, Zhu Haokang, chefe da China Asset Management, e Wayne Huang, chefe da OSL Digital Securities, responderam a perguntas sobre os novos produtos. Um dos principais tópicos foi a possível classificação do Ether (ETH) como valor mobiliário nos Estados Unidos e o impacto nos ETFs de Hong Kong.  

Huang disse que provavelmente não impactará, “porque se os Estados Unidos definem ou não o Ethereum como um valor mobiliário, isso não afeta a decisão independente da Comissão de Valores Mobiliários de Hong Kong.” 

Ele ainda destacou que a Comissão de Valores Mobiliários e Futuros de Hong Kong (SFC) possui seus próprios critérios para determinar se criptoativos são valores mobiliários e se podem ser negociados por investidores de varejo.  

"Não será afetado por diferentes opiniões entre vários departamentos nos Estados Unidos ou, em última análise, por sua própria definição unilateral", complementou. 

Criptomoedas

Investidores fogem de criptomoedas pelo mundo, mas Brasil se destaca com aportes na semana

Grayscale é o principal responsável pelas saídas, com US$ 440 milhões a menos em seus produtos

segunda, 29 de abril, 2024 - 17:31

Redação MyCryptoChannel

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Pela terceira semana consecutiva, os fundos de investimento em criptomoedas registram saídas líquidas de capital. Segundo o último relatório da CoinShares, publicado nesta segunda-feira (29), os produtos financeiros relacionados a criptoativos registraram um fluxo negativo de US$ 435 milhões no período de sete dias. 

Esse número representa a maior saída líquida de capital dos fundos cripto desde março deste ano, demonstrando a aversão ao risco por parte dos investidores. O principal responsável por essa dinâmica negativa é a saída em massa de recursos dos produtos Grayscale, que totalizaram US$ 440 milhões na semana. 

Além disso, a entrada de capital em produtos de grandes instituições como BlackRock e Fidelity também apresentou forte desaceleração. Os aportes somados nesses produtos ficaram em apenas US$ 126 milhões.  

Em meio ao cenário global de saídas, o Brasil se destaca como um dos poucos países que registraram entrada líquida de capital em produtos cripto. Segundo o relatório, os investidores brasileiros aportaram US$ 3,9 milhões na semana.  

Além do Brasil, apenas outros dois países registraram entradas líquidas: Suíça (US$ 4,9 milhões) e Austrália (US$ 0,5 milhões). Já os Estados Unidos, maior mercado de criptomoedas do mundo, lideraram as saídas, com um total de US$ 388 milhões. 

As saídas se concentraram principalmente em fundos focados em Bitcoin (US$ 423 milhões) e Ethereum (US$ 38,4 milhões).