Os fundos negociados em bolsa (ETFs) de Bitcoin (BTC) à vista dos Estados Unidos registraram na última terça-feira (22) sua maior entrada líquida em um único dia desde 17 de janeiro: US$ 936 milhões. 

Nos últimos três dias consecutivos de fluxo positivo, os ETFs de Bitcoin dos EUA já acumularam mais de US$ 1,4 bilhão em entradas. 

Investimentos em ETFs de Bitcoin

Os dados, divulgados pela SoSoValue, mostram que dez ETFs de BTC receberam aportes no dia, com destaque para o fundo Ark & 21Shares, que liderou com US$ 267,1 milhões em entradas líquidas. Em seguida, aparecem o FBTC, da Fidelity, com US$ 253,8 milhões, e o IBIT da BlackRock, com US$ 193,5 milhões.

De acordo com os analistas, os investidores estão enxergando o BTC como proteção contra incertezas geopolíticas e pressões macroeconômicas globais.

O que influencia essas entradas? 

Para Rachael Lucas, analista da BTC Markets, os dados indicam uma mudança estrutural no setor. “O capital institucional está retornando às criptomoedas, impulsionado por deslocamentos macroeconômicos, dinâmicas de oferta favoráveis e a crescente aceitação do Bitcoin como uma classe de ativos estratégica”, afirmou.

 Outro fator que impulsiona os preços é o enfraquecimento do dólar americano, somado às expectativas de flexibilização monetária por parte do Federal Reserve (Fed). “A possibilidade de novas rodadas de estímulo aumenta o apelo do BTC como ativo alternativo”, reforça Lucas.

O movimento de entrada nos ETFs ocorre no momento em que o Bitcoin demonstra recuperação com as turbulências dos mercados globais. A criptomoeda subiu 5,52% nas últimas 24 horas, sendo negociada a US$ 93,6 mil na manhã desta quarta-feira (23). 

De acordo com Min Jung, analista da Presto Research, há um interesse renovado no BTC como proteção contra inflação e riscos geopolíticos. Ele destacou que “embora ainda seja prematuro chamar o Bitcoin de 'porto seguro' completo, sua queda relativamente discreta durante os recentes eventos de risco global sugere que ele está sendo cada vez mais percebido como uma forma de 'ouro digital.”

A Trump Media and Technology Group Corp. (TMTG), empresa de mídia do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, além de administrar a rede social Truth Social, agora quer investir em ETFs. 

A empresa noticiou um acordo vinculativo com a Crypto.com e a Yorkville America Digital, para lançar uma série de fundos negociados em bolsa (ETFs). Esses fundos serão lançados sob a nova marca de serviços financeiros da TMTG, Truth.Fi.

Após a confirmação do anúncio, o Cronos (CRO), token da Crypto.com registrou alta nesta terça-feira (22). De acordo com cotação do CoinMarketCap, a criptomoeda avançou 10,71% no último dia a R$ 0,5199. 

ETFs da empresa de Donald Trump 

Com o anúncio, a TMTG busca inserir-se de forma estratégica no mercado financeiro global. O acordo é uma evolução de uma parceria preliminar iniciada em março deste ano.

Os ETFs projetados terão um foco em ativos digitais, com uma ênfase setores importantes da economia dos Estados Unidos, como o de energia. 

A distribuição dos fundos será facilitada pela Foris Capital US LLC, corretora associada à Crypto.com, permitindo que os produtos cheguem aos mercados dos Estados Unidos, Europa e Ásia.

Impacto da nova medida 

De acordo com Devin Nunes, CEO e Presidente da TMTG, com os novos ETFs da empresa, os “investidores finalmente terão opções que aderem aos seus princípios e que apoiam empresas americanas superiores, focadas precisamente em seus negócios centrais”. 

“O objetivo é criar fundos inovadores incorporando empresas que se concentram no rápido crescimento, na inovação tecnológica e no fortalecimento da economia dos EUA, sem as distrações do politicamente correto e da postura política”, afirmou Devin. 

Para Kris Marszalek, cofundador da Crypto.com, a parceria representa uma grande oportunidade de distribuir os produtos da TMTG globalmente. “Esses ETFs darão aos consumidores mais opções de uma marca com um público fiel. Uma vez lançados, esses ETFs estarão disponíveis no aplicativo Crypto.com para mais de 140 milhões de usuários ao redor do mundo.”, completou.