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Artigo: Por que tokenizar ativos está em alta? É possível emitir um token para qualquer ativo?

segunda, 07 de agosto, 2023 - 12:12

Redação MyCryptoChannel

Por Rodrigo Pimenta, CEO e fundador da Hubchain Technologies

A tokenização tem o poder de revolucionar o cenário financeiro, mudando intrinsecamente como os investimentos são gerenciados, usados e monetizados. O processo de tokenização facilita a criação de uma infinidade de novos produtos financeiros, permitindo que cada pessoa e organização no mundo diversifique seu portfólio de investimentos em escala global, independentemente de renda ou tamanho.

O processo de tokenização começou a ganhar popularidade com o surgimento das criptomoedas e da tecnologia blockchain, especialmente após o lançamento do Bitcoin em 2009. No entanto, a tokenização realmente começou a estar em alta por volta de 2015-2017, desde o padrão ERC-20 (“Ethereum Request for Comments nº 20”), quando as ofertas iniciais de moedas (“ICOs”) - uma espécie de Oferta Pública de Capital “IPOs” em bolsa de valores -, se tornaram uma forma popular de financiamento para projetos baseados em blockchain.

Durante esse período, muitas empresas e projetos começaram a criar e emitir seus próprios tokens para levantar capital e facilitar transações dentro de suas plataformas. Desde então, a tokenização tem sido cada vez mais adotada em diversos setores, incluindo finanças, imóveis e arte.

A tokenização de ativos envolve o processo de representação digital de ativos físicos reais em livros contábeis distribuídos ou a emissão de classes de ativos tradicionais em formato de quantidades menores (“ou tokenizado”). Dentro do contexto da tecnologia blockchain, a tokenização é o processo de converter algo de valor em um token digital utilizável em um aplicativo blockchain e um token representa uma parte bem menor, e acessível, da propriedade no ativo subjacente.

Esse processo pode funcionar para ativos tangíveis como ouro, imóveis, dívidas, títulos e arte, ou certas formas de ativos intangíveis, como direitos de propriedade ou licenciamento de conteúdo. O que é ainda mais empolgante é que a tokenização permite transformar propriedades que tradicionalmente são ativos indivisíveis em um ativo divisível através do fracionamento em forma de tokens.

Somente 30 segundos, são suficientes para a emissão de um token no blockchain. Onde é possível emitir um token para qualquer ativo ou para qualquer fim, mas vendê-lo oficialmente, sem embaraços, é outra história, pois deve estar conforme as leis e regulamentações aplicáveis. Os tokens podem representar ativos tangíveis, como imóveis e ouro, ou ativos intangíveis, como ações de empresas e direitos autorais. No entanto, a tokenização de ativos pode ser complexa e envolver questões legais, técnicas e de conformidade.

A questão está na permissão de oferecimento dos tokens ao público. Por exemplo, no Brasil, a CVM legisla sobre bens mobiliários e restringiu a venda dos tokens enquadrados como “renda fixa” em Abril/2023 - conforme orientação CVM 40 - assim como a SEC, equivalente à CVM nos EUA, também possui suas proibições e restrições. Por isso é importante consultar especialistas antes de prosseguir com a emissão de tokens para um ativo específico.

Com a tokenização, as transações de ativos digitalmente nativos são armazenadas e listadas em um livro-razão digital em uma rede blockchain, fornecendo um padrão ouro de veracidade em todo o mundo. Também, o processo de alavancar contratos inteligentes registra permanentemente as transações e as torna imutáveis e executadas instantaneamente. Isso não apenas fornece velocidade às transações, mas também reduz o trabalho administrativo, pois há menos intermediários, reduzindo os custos.

O procedimento de emissão de um token é feito com um código de programação no padrão ERC-20 que possui o nome do token, a quantidade máxima inicial, a unidade de medida e a quantidade de decimais e é traduzido para uma linguagem específica, chamada “código compilado”. Este código é então enviado para rede de blockchain compatível num processo chamado de “deploy”. Após o deploy, é criado o “Smart Contract” (“Contrato Inteligente”) que terá a lógica e o comportamento do código ERC-20 e com isso o token nasce na rede blockchain desejada.

Seguindo o padrão ERC-20, os token são registrados inicialmente numa carteira específica em toda sua totalidade ou são transferidos a medida em que sejam emitidos e “mintados” (Mynt), ou seja, no “Contrato Inteligente” existe um recurso de emissão sob demanda, o que é muito bem visto no caso de stablecoins USDT, EURT, BRLT, que só são emitidas caso o lastro de garantia exista inicialmente no mundo físico real (em conta bancária).

O Parecer de Orientação da CVM nº 40 (de Outubro/2022), ilustra mais especificamente que existem 3 opções de categorias de tokens: (1) Token de Pagamento (cryptocurrency ou payment token), (2) Token de Utilidade (utility token), (3) Token referenciado a Ativo (asset-backed token) subdividido em 4 tipos: (3.1) “security tokens”, (3.2) “stablecoins”, (3.3) “NFTs” (non-fungible tokens) e (3.4) os demais ativos objeto de operações de tokenização. No item 3.4 temos ainda o Ofício-Circular nº 4 (Abril/2023), que faz a caracterização dos “tokens de recebíveis” ou “tokens de renda fixa” (em conjunto como “TRs”) como valores mobiliários, portanto regulamentando e restringindo ainda mais oportunidades da emissão e gestão deste tipo de ativo somente para algumas instituições autorizadas.

Após a suspensão das emissões de Tokens de Recebíveis/Renda Fixa pela plataforma tokenizadoras, foi solicitada em uma reunião representada pela ABCripto uma possibilidade de flexibilização pela CVM com três propostas: não considerar tokens de recebíveis como “valores mobiliários”, a aplicação de somente de algumas regras da Resolução 88 da CVM em relação ao “crowdfunding” e a elaboração de um modelo de licenciamento que foca em tokenização.

Esses pedidos foram baseados no fato de que o próprio modelo de tecnologia blockchain e seus protocolos, seja por L2 ou L3 (Camada2 ou Camada3), são capazes de provar o “depósito centralizado” e de “escrituração”, no caso da securitização de recebíveis, assim como layers de privacidade (por exemplo, a tecnologia “Tessera” no blockchain Hyperledger BESU - o mesmo blockchain escolhido pelo Banco Central do Brasil, BACEN, para emissão do Central Bank Digital Currency (“CBDC”), o real digital brasileiro, previsto para o final de 2024. Isto torna o ecossistema mais “coerente”, “seguro”, “componentizado”, “com privacidade”, enquanto o amadurecimento da regulamentação BACEN e CVM em relação a criptoativos e a tokenização de ativos evolui.

Embora a tokenização ofereça uma infinidade de possibilidades, ainda há muito trabalho a ser feito em termos de regulamentação global consistente e desenvolvimento de soluções de nível de produção necessárias para ampliar a adoção. À medida que o investimento em tecnologias de tokenização continua a aumentar e os benefícios de novos ativos se tornam mais evidentes, as instituições financeiras devem começar a pensar em qual infraestrutura é necessária para dar suporte à tokenização, por exemplo, onboarding, gerenciamento e integração com sistemas legados, a fim de fazer parte do setor financeiro do futuro.

Apesar dos desafios regulatórios que envolvem a utilização dos tokens, podemos dizer que a tokenização de ativos está em alta porque oferece uma forma de investimento mais acessível e democrática para os casos em que os órgãos reguladores autorizam. Com a tokenização, ativos que antes só estavam disponíveis para grandes investidores institucionais, agora podem ser fracionados em pequenas partes e vendidos como tokens para investidores individuais.

Além disso, a tokenização também permite uma maior liquidez aos tokens que puderem ser negociados em plataformas de criptomoedas a qualquer momento, sem a necessidade de intermediários. Outro fator que contribui para a popularidade da tokenização é a segurança oferecida pela tecnologia blockchain, que garante a autenticidade e rastreabilidade dos ativos tokenizados. E você, está pronto para fazer parte deste novo universo de tokenização? Afinal de contas, serão cerca USD 16 Tri em jogo até 2030, conforme a Boston Consulting Group.

A opinião e as informações contidas neste artigo são responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, a visão da MyCryptoChannel

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Roberto Campos Neto prevê fim dos bancos tradicionais com a ascensão das plataformas digitais e Drex

Em sua primeira fala pública após deixar o cargo de presidente do BC prevê uma revolução no sistema bancário com o avanço das fintechs e novas formas de pagamento como o Pix e as moedas digitais

segunda, 24 de março, 2025 - 13:10

Redação MyCryptoChannel

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Os grandes bancos enfrentarão uma transição para as plataformas digitais. A previsão foi feita por Roberto Campos Neto, ex-presidente do Banco Central (BC), em sua primeira aparição pública após deixar o cargo. 

Durante evento promovido pela XP Private Bank e a Miami Herbert Business School, Campos Neto destacou que os bancos convencionais serão abalados por plataformas digitais e isso não vai demorar muito. 

“Minha maior previsão é a de que bancos tradicionais serão profundamente abalados por bancos de plataformas digitais. É um processo que já está acontecendo e que vai acelerar nos próximos dois anos”, destacou Campos Neto. 

Bancos tradicionais estão com os dias contados 

Para justificar a previsão, ele citou exemplos de fintechs como Nubank, Revolut e Mercury, que estão se tornando competitivas, principalmente por conta de seus custos menores de atração e manutenção de clientes do que bancos tradicionais. 

Além disso, novas formas de pagamento também estão transformando o mercado financeiro. A implementação do Pix, por exemplo, está tornando os bancos tradicionais menos relevantes, ao facilitar pagamentos instantâneos e mais acessíveis.

“O Pix pode ser por aproximação. Eventualmente, terá funções de cartão de crédito. Pagamentos instantâneos estão mudando a forma com que os bancos funcionam”, afirmou o ex-presidente do Banco Central. 

Papel do Drex

Uma das previsões de Campos Neto envolveu a implementação das Moedas Digitais de Banco Central (CBDCs), com destaque para o Drex, o "real digital". Ele argumentou que a adoção dessas moedas trará mais eficiência, especialmente em pagamentos transfronteiriços. 

Além disso, com a introdução de contratos inteligentes, a integração de todos os serviços financeiros em uma plataforma única estará cada vez mais próxima.

“Veremos esses marketplaces de finanças em um único aplicativo com todos os seus dados, e você poderá migrar suas informações para diferentes instituições e comparar produtos financeiros para escolher aqueles que ofereçam preços mais baratos”, ressaltou. 
 
 

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Imposto de Renda 2025: Quem precisa declarar e como enviar

O prazo para envio do IRPF 2025 vai até 31 de maio. Confira se você está obrigado a declarar e veja as opções disponíveis

sexta, 07 de março, 2025 - 16:06

Redação MyCryptoChannel

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A temporada do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) 2025 está prestes a começar, e os contribuintes devem ficar atentos ao prazo de envio da declaração. A expectativa é que o período tenha início em 17 de março, uma segunda-feira, já que o dia 15, data escolhida normalmente, cairá em um sábado.

A entrega das declarações deve seguir até 31 de maio, mas, como essa data também será em um sábado, a Receita Federal pode ajustar o prazo final. Porém, as datas ainda não foram divulgadas.

Quem precisa declarar o Imposto de Renda em 2025

A Receita Federal confirmará as regras para este ano, mas a expectativa é que os critérios de obrigatoriedade sejam mantidos. Devem declarar o Imposto de Renda os contribuintes que, em 2024, se enquadraram em pelo menos uma das seguintes condições:

  • Receberam rendimentos tributáveis acima de R$ 30.639,90 no ano;
  • Obtiveram rendimentos isentos, não tributáveis ou tributados exclusivamente na fonte acima de R$ 40.000,00;
  • Possuíam bens e direitos que, somados, ultrapassavam R$ 300.000,00 em 31 de dezembro;
  • Obtiveram ganho de capital com a venda de bens ou direitos sujeitos à tributação;
  • Exerceram atividade rural e tiveram receita bruta superior a R$ 169.520,00 ou desejam compensar prejuízos anteriores.
  • Pessoas que tiveram renda mensal de até R$ 2.259,20 em 2024 estão isentas da obrigatoriedade da declaração.

Como enviar a declaração

Os contribuintes poderão preencher e entregar a declaração utilizando diferentes plataformas disponibilizadas pela Receita Federal. As principais opções são:

  • Programa Gerador da Declaração (PGD), disponível para download no site da Receita;
  • Portal e-CAC, para quem possui conta gov.br com nível prata ou ouro;
  • Aplicativo "Meu Imposto de Renda", que permite o envio da declaração por celulares e tablets.