O guitarrista Slash, integrante da banda Guns N' Roses, anunciou nesta terça-feira (8) sua saída da rede social X, antigo Twitter. O motivo foi uma série de invasões à sua conta oficial, usadas por criminosos para divulgar uma meme coin falsa vinculada à imagem da banda.

A decisão foi divulgada pelo próprio artista, que afirmou que os ataques cibernéticos foram comuns. "Essa foi uma decisão bem pensada depois de vários ataques, e ela reflete uma mudança na forma como gostaria de permanecer conectado daqui para frente", afirmou em último post.

No mesmo tuíte, ele orientou os fãs a segui-lo em outras redes sociais mais seguras. Alguns seguidores sugeriram que ele migrasse para o Bluesky, uma alternativa descentralizada ao X.

Meme coin Guns N' Roses 

A conta foi invadida no início do mês por pessoas que promoveram o token $GUNS, supostamente lançado na blockchain Solana. O ativo digital foi divulgado como se fosse um projeto oficial do Guns N’ Roses, o que não era verdade.

Os invasores publicaram uma série de tuítes afirmando que uma nova criptomoeda da banda seria lançada em duas horas. Os posts prometiam um investimento de US$ 1 milhão em $GUNS para gerar engajamento e criar valor artificial.

As mensagens foram rapidamente fixadas e espalhadas, gerando confusão entre fãs e investidores.

Embora os posts tenham sido deletados pouco depois, o token ainda circula na plataforma PumpFun, com um valor residual de aproximadamente US$ 3.300. 

A Câmara dos Deputados da Argentina aprovou nesta semana três projetos de resolução para investigar autoridades do governo ligadas ao escândalo da meme coin Libra, lançado em fevereiro e promovido pelo presidente Javier Milei. 

O mundo acompanhou de perto o colapso da moeda, que chegou a valer mais de US$ 2 bilhões antes de despencar.

De acordo com as medidas, será criado uma comissão parlamentar exclusiva para investigar a criptomoeda. Além disso, haverá a convocação de membros do Poder Executivo e um pedido formal de relatório detalhado ao governo sobre o caso.

Quem será investigado no caso da meme coin Libra? 

Segundo o comunicado da Câmara, entre os convocados estão o chefe de gabinete do governo argentino, ministro da Economia, ministro da Justiça e presidente da Comissão Nacional de Valores Mobiliários (CNV). 

Para o deputado Pablo Juliano, do bloco Democracia para Sempre, é fundamental esclarecer os possíveis danos causados ao país. “Temos um compromisso com a verdade”, afirmou.

Já Nicolás Mayoraz, deputado do partido de Milei, La Libertad Avanza, criticou a decisão e classificou a investigação como uma “interferência” no Executivo. 

História da criptomoeda 

A meme coin Libra foi criada no dia 14 de fevereiro pela empresa Kelsier Ventures, com sede em Delaware (EUA), e lançada na blockchain Solana. 

Poucas horas após seu lançamento, Javier Milei publicou em sua conta na rede X, antigo Twitter, uma mensagem de apoio à Libra, chamando o projeto de "privado" e afirmando que ele serviria para financiar pequenas empresas e startups argentinas.

A postagem incluía um link direto para o site da criptomoeda e para o endereço do contrato do token. 

O apoio presidencial impulsionou a Libra, que alcançou uma capitalização de mercado totalmente diluída de mais de US$ 2 bilhões. No entanto, a valorização durou pouco: o token perdeu mais de 90% de seu valor em poucos dias. O prejuízo soma mais de US$ 4 bilhões e 40 mil pessoas afetadas.

Ligação de Milei com a Libra

Durante uma entrevista ao canal Todo Noticias, em 17 de fevereiro, o presidente Javier Milei afirmou: “Eu não promovi isso. O que eu fiz foi divulgar”. 

Porém, de acordo com o jornal La Nacion, mensagens de texto vazadas indicam que um dos criadores do token cripto Libra (LIBRA) teria afirmado poder influenciar o presidente Javier Milei por meio de sua irmã, Karina Milei. 

Em uma das mensagens, Hayden Davis, CEO da Kelsier Ventures, supostamente escreveu: “Podemos fazer Milei tuitar, encontrá-lo pessoalmente e fazer promo”. Outra mensagem atribuída a ele afirma: “Eu envio $$ para a irmã dele e ele faz o que eu mando e o que eu quiser”.