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Stablecoins vão complementar o Pix, diz Inter

Stablecoins devem complementar o Pix, ampliando uso em pagamentos globais e tokenização

10 SET 2025 • POR Redação MyCryptoChannel • 15h45
Crédito: Freepik

As stablecoins, criptomoedas pareadas a ativos como moedas fiduciárias ou commodities, estão ganhando força no Brasil e devem atuar como complemento ao Pix, segundo Bruno Grossi, head de Digital Assets e Emerging Technologies do Banco Inter.

Em entrevista à Exame, Grossi destacou que o Pix continuará sendo um sucesso para transferências instantâneas no país, mas as stablecoins terão papel crucial em casos de uso nos quais o sistema brasileiro não consegue atuar sozinho.

Pix e stablecoins lado a lado

“O Pix é uma tecnologia difícil de superar em eficiência e velocidade. Mas as stablecoins vêm para complementar esse ecossistema, especialmente em pagamentos transfronteiriços e na atração de investidores internacionais para o Brasil”, afirmou o executivo.

Segundo Grossi, esses ativos digitais têm o potencial de funcionar como “dólar digital” e, no futuro, poderão ampliar o acesso da população a novas formas de investimento.

Regulação em andamento

O futuro das stablecoins dependerá da regulação. Nos Estados Unidos, o Genius Act, aprovado em julho, foi o primeiro projeto de lei específico sobre o tema. Já no Brasil, o Banco Central deve apresentar regras voltadas ao uso de stablecoins no câmbio até o final do ano. Além disso, um projeto de lei dedicado ao tema já está em tramitação no Congresso Nacional.

Tokenização e novas oportunidades

Grossi lembrou que as stablecoins podem ser atreladas não apenas a moedas fiduciárias, mas também a commodities como ouro e soja. Esse processo faz parte da tendência de tokenização de ativos, que vem transformando o mercado financeiro global.

No cenário de finanças descentralizadas (DeFi), a expectativa é que produtos antes restritos a investidores sofisticados passem a estar disponíveis a um público mais amplo, com apoio de educação financeira.

Visão de futuro

Para Fábio Murad, CEO da SpaceMoney e criador do método Super ETF, o avanço das stablecoins se conecta com uma mudança estrutural:

“O investidor brasileiro precisa enxergar além do real. Ativos digitais atrelados a moedas fortes podem abrir portas para a verdadeira independência financeira”.

A integração entre Pix e stablecoins aponta para uma nova era da economia digital, em que soluções nacionais e globais devem coexistir para ampliar a inclusão financeira.