segunda, 15 de dezembro, 2025

Artigo

A+ A-

Artigo: Por que tokenizar ativos está em alta? É possível emitir um token para qualquer um?

Processo começou a ganhar popularidade com surgimento das criptomoedas e da tecnologia blockchain, especialmente após lançamento do Bitcoin em 2009

segunda, 24 de julho, 2023 - 10:21

Redação MyCryptoChannel

Por Rodrigo Pimenta, CEO e fundador da Hubchain Technologies

A tokenização tem o poder de revolucionar o cenário financeiro, mudando intrinsecamente como os investimentos são gerenciados, usados e monetizados. O processo de tokenização facilita a criação de uma infinidade de novos produtos financeiros, permitindo que cada pessoa e organização no mundo diversifique seu portfólio de investimentos em escala global, independentemente de renda ou tamanho.

O processo de tokenização começou a ganhar popularidade com o surgimento das criptomoedas e da tecnologia blockchain, especialmente após o lançamento do Bitcoin em 2009. No entanto, a tokenização realmente começou a estar em alta por volta de 2015-2017, desde o padrão ERC-20 (“Ethereum Request for Comments nº 20”), quando as ofertas iniciais de moedas (“ICOs”) - uma espécie de Oferta Pública de Capital “IPOs” em bolsa de valores - , se tornaram uma forma popular de financiamento para projetos baseados em blockchain. Durante esse período, muitas empresas e projetos começaram a criar e emitir seus próprios tokens para levantar capital e facilitar transações dentro de suas plataformas. Desde então, a tokenização tem sido cada vez mais adotada em diversos setores, incluindo finanças, imóveis e arte.

A tokenização de ativos envolve o processo de representação digital de ativos físicos reais em livros contábeis distribuídos ou a emissão de classes de ativos tradicionais em formato de quantidades menores (“ou tokenizado”). Dentro do contexto da tecnologia blockchain, a tokenização é o processo de converter algo de valor em um token digital utilizável em um aplicativo blockchain e um token representa uma parte bem menor, e acessível, da propriedade no ativo subjacente.

Esse processo pode funcionar para ativos tangíveis como ouro, imóveis, dívidas, títulos e arte, ou certas formas de ativos intangíveis, como direitos de propriedade ou licenciamento de conteúdo. O que é ainda mais empolgante é que a tokenização permite transformar propriedades que tradicionalmente são ativos indivisíveis em um ativo divisível através do fracionamento em forma de tokens.

Somente 30 segundos, são suficientes para a emissão de um token no blockchain. Onde é possível emitir um token para qualquer ativo ou para qualquer fim, mas vendê-lo oficialmente, sem embaraços, é outra história, pois deve estar segundo as leis e regulamentações aplicáveis. Os tokens podem representar ativos tangíveis, como imóveis e ouro, ou ativos intangíveis, como ações de empresas e direitos autorais. No entanto, a tokenização de ativos pode ser complexa e envolver questões legais, técnicas e de conformidade.

A questão está na permissão de oferecimento dos tokens ao público. Por exemplo, no Brasil, a CVM legisla sobre bens mobiliários e restringiu a venda dos tokens enquadrados como “renda fixa” em Abril/2023 - conforme orientação CVM 40 - assim como a SEC, equivalente à CVM nos EUA, também possui suas proibições e restrições. Por isso é importante consultar especialistas antes de prosseguir com a emissão de tokens para um ativo específico.

Com a tokenização, as transações de ativos digitalmente nativos são armazenadas e listadas em um livro-razão digital em uma rede blockchain, fornecendo um padrão ouro de veracidade em todo o mundo. Também, o processo de alavancar contratos inteligentes registra permanentemente as transações e as torna imutáveis e executadas instantaneamente. Isso não apenas fornece velocidade às transações, mas também reduz o trabalho administrativo, pois há menos intermediários, reduzindo os custos.

O procedimento de emissão de um token é feito com um código de programação no padrão ERC-20 que possui o nome do token, a quantidade máxima inicial, a unidade de medida e a quantidade de decimais e é traduzido para uma linguagem específica, chamada “código compilado”. Este código é então enviado para rede de blockchain compatível num processo chamado de “deploy”. Após o deploy, é criado o “Smart Contract” (“Contrato Inteligente”) que terá a lógica e o comportamento do código ERC-20 e com isso o token nasce na rede blockchain desejada.

Seguindo o padrão ERC-20, os token são registrados inicialmente numa carteira específica em toda sua totalidade ou são transferidos a medida em que sejam emitidos e “mintados” (Mynt), ou seja, no “Contrato Inteligente” existe um recurso de emissão sob demanda, o que é muito bem-visto no caso de stablecoins USDT, EURT, BRLT, que só são emitidas caso o lastro de garantia exista inicialmente no mundo físico real (em conta bancária).

O Parecer de Orientação da CVM nº 40 (de outubro de 2022), ilustra mais especificamente que existem 3 opções de categorias de tokens: (1) Token de Pagamento (cryptocurrency ou payment token), (2) Token de Utilidade (utility token), (3) Token referenciado a Ativo (asset-backed token) subdividido em 4 tipos: (3.1) “security tokens”, (3.2) “stablecoins”, (3.3) “NFTs” (non-fungible tokens) e (3.4) os demais ativos objeto de operações de tokenização. No item 3.4 temos ainda o Ofício-Circular nº 4 (Abril/2023), que faz a caracterização dos “tokens de recebíveis” ou “tokens de renda fixa” (em conjunto como “TRs”) como valores mobiliários, portanto regulamentando e restringindo ainda mais oportunidades da emissão e gestão deste tipo de ativo somente para algumas instituições autorizadas.

Após a suspensão das emissões de Tokens de Recebíveis/Renda Fixa pela plataforma tokenizadoras, foi solicitada em uma reunião representada pela ABCripto uma possibilidade de flexibilização pela CVM com três propostas: não considerar tokens de recebíveis como “valores mobiliários”, a aplicação de somente de algumas regras da Resolução 88 da CVM em relação ao “crowdfunding” e a elaboração de um modelo de licenciamento que foca em tokenização.

Esses pedidos foram baseados no fato de que o próprio modelo de tecnologia blockchain e seus protocolos, seja por L2 ou L3 (Camada2 ou Camada3), são capazes de provar o “depósito centralizado” e de “escrituração”, no caso da securitização de recebíveis, assim como layers de privacidade, por exemplo, a tecnologia “Tessera” no blockchain Hyperledger BESU - o mesmo blockchain escolhido pelo Banco Central do Brasil, BACEN, para emissão do Central Bank Digital Currency (“CBDC”), o real digital brasileiro, previsto para o final de 2024. Isto torna o ecossistema mais “coerente”, “seguro”, “componentizado”, “com privacidade”, enquanto o amadurecimento da regulamentação BACEN e CVM em relação a criptoativos e a tokenização de ativos evolui.

Embora a tokenização ofereça uma infinidade de possibilidades, ainda há muito trabalho a ser feito em termos de regulamentação global consistente e desenvolvimento de soluções de nível de produção necessárias para ampliar a adoção. À medida que o investimento em tecnologias de tokenização continua a aumentar e os benefícios de novos ativos se tornam mais evidentes, as instituições financeiras devem começar a pensar em qual infraestrutura é necessária para dar suporte à tokenização, por exemplo, onboarding, gerenciamento e integração com sistemas legados, a fim de fazer parte do setor financeiro do futuro.

Apesar dos desafios regulatórios que envolvem a utilização dos tokens, podemos dizer que a tokenização de ativos está em alta porque oferece uma forma de investimento mais acessível e democrática para os casos em que os órgãos reguladores autorizam. Com a tokenização, ativos que antes só estavam disponíveis para grandes investidores institucionais, agora podem ser fracionados em pequenas partes e vendidos como tokens para investidores individuais.

Além disso, a tokenização também permite uma maior liquidez aos tokens que puderem ser negociados em plataformas de criptomoedas a qualquer momento, sem a necessidade de intermediários. Outro fator que contribui para a popularidade da tokenização é a segurança oferecida pela tecnologia blockchain, que garante a autenticidade e rastreabilidade dos ativos tokenizados. E você, está pronto para fazer parte deste novo universo de tokenização? Afinal de contas, serão cerca USD 16 Tri em jogo até 2030, conforme a Boston Consulting Group.

A opinião e as informações contidas neste artigo são responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, a visão da MyCryptoChannel.

Criptomoedas

Monero (XRP) avança 21% e analistas investigam suspeitas de roubo de Bitcoin (BTC)

Após movimentação "suspeita" de 3.520 BTC, fundos foram convertidos para XRP

segunda, 28 de abril, 2025 - 11:18

Redação MyCryptoChannel

Continue Lendo...

O preço do Monero (XMR), principal criptomoeda de privacidade do mercado, disparou 51% na segunda-feira (28), após a suspeita de que hackers lavaram cerca de US$ 330 milhões em Bitcoin (BTC) roubado, conforme informações de analistas on-chain.

Por que o Monero está em alta? 

Na manhã desta segunda, o investigador ZachXBT detectou uma movimentação "suspeita" de 3.520 BTC, equivalente a aproximadamente US$ 333 milhões. 

Logo após, os fundos foram convertidos para Monero por meio de várias exchanges. A transação incomum, caracterizada por altas taxas e comportamento atípico, levou ZachXBT a afirmar que se tratava de um provável roubo.

Apesar de especulações iniciais sobre envolvimento norte-coreano, o investigador descartou essa possibilidade, sugerindo que a vítima era um antigo investidor de Bitcoin.

Registros de quedas 

O impacto da movimentação foi imediato. O preço do XMR saltou para US$ 347,72 em sete horas, antes de recuar para US$ 261. 

Por volta das 11:07 (horário de Brasília), o XMR era negociado a US$ 261 com alta de 14,59% nas últimas 24 horas. De acordo com cotação do CoinMarketCap, na semana, o ativo avançou 21,69%. 

O Monero, ocupa atualmente a 27ª posição entre as maiores criptomoedas em valor de mercado, e tem hoje uma capitalização de US$ 4,82 bilhões. 

Conhecido por suas ferramentas avançadas de anonimato, o XRP impede o rastreamento de transações e identidades, ao contrário do que ocorre nas blockchains do Bitcoin e do Ethereum.

Stablecoins

Stablecoin da família Trump emite mais de 113 milhões de tokens e cresce na BNB Chain

Vinculada ao dólar e emitida pela WLFI, stablecoin USD1 atrai usuários com transações sem taxas

quinta, 17 de abril, 2025 - 11:26

Redação MyCryptoChannel

Continue Lendo...

A stablecoin USD1, vinculada à World Liberty Financial (WLFI), criada por membros da família do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, cresce mais a cada dia. Segundo dados da Dune Analytics, mais de 113 milhões de tokens já foram emitidos até abril de 2025.

Já que stablecoins são atreladas a moedas fiduciárias, e o USD1 está conectado ao dólar americano, brasileiros podem comprar essa criptomoeda a R$ 5,86 nesta quinta-feira (17).

Isenção de taxas atrai novos usuários para stablecoin da família Trump

Cerca de 90% desse montante está concentrado na BNB Chain, rede da Binance para finanças descentralizadas (DeFi). O crescimento da stablecoin se intensificou após a entrada da USD1 em uma iniciativa da BNB Chain que isenta os usuários do pagamento de taxas em determinadas transações com stablecoins.

A política de “taxa zero” foi criada para incentivar o uso de ativos estáveis no ecossistema DeFi. Atualmente, aproximadamente US$ 101 milhões em USD1 circulam dentro da rede. 

A BNB Chain se destaca em relação a outras redes como a Ethereum (ETH), onde as taxas ainda são altas para transações pequenas. 

Investimentos na World Liberty Financial 

A expansão da WLFI ainda ganhou apoio da DWF Labs, uma das principais empresas de capital de risco do setor cripto. A firma anunciou a compra de US$ 25 milhões em tokens WLFI e a abertura de um escritório em Nova York.

Além disso, a DWF Labs pretende oferecer liquidez à stablecoin USD1, ampliando sua presença nos mercados.