O iene japonês segue enfrentando instabilidade à medida que o Federal Reserve (Fed) aumenta constantemente a taxa de juros dos Estados Unidos desde março de 2022. A baixa da moeda do Japão é uma das mais severas turbulências cambiais já registradas pelo país. Nesse cenário de volatilidade, os traders das bolsas de ativos digitais do Japão têm encontrado refúgio no Bitcoin (BTC), a criptomoeda líder mundial em valor de mercado, reconhecida como uma proteção contra as finanças tradicionais.
Dados rastreados pela Kaiko revelam que a parcela do volume de negociação de BTC nas bolsas japonesas aumentou significativamente, passando de 69% para 80% nos primeiros seis meses deste ano. Em junho, o volume total negociado nas bolsas japonesas atingiu a marca de US$ 4 bilhões, registrando um impressionante aumento acumulado de 60% a.a.
Além disso, a participação do par Bitcoin-Ienes japoneses (BTC/JPY) no volume total em pares de negociação Bitcoin-Fiat também cresceu consideravelmente, passando de 4% para 11% ao longo deste ano.
Essa mudança de cenário reflete a crescente preferência dos investidores japoneses pelo BTC como uma alternativa diante das oscilações e desvalorização do iene em relação ao dólar. No acumulado deste ano, o iene recuou em 6,3% em relação à moeda americana, ampliando a queda de quase 14% do ano anterior.
O aumento da demanda pela principal criptomoeda no Japão é impulsionado pela sua reputação como uma reserva de valor e proteção contra as incertezas econômicas e políticas. Os investidores percebem na criptomoeda uma maneira de diversificar seus ativos e mitigar os riscos associados às finanças tradicionais em um cenário de turbulências cambiais e volatilidades de moedas.
A crescente aceitação do bitcoin e de outras criptomoedas no Japão demonstra a maturidade do mercado cripto no país e reflete a contínua adoção global das moedas digitais. Essa tendência também destaca o crescente interesse institucional no setor, à medida que investidores tradicionais buscam exposição ao mercado cripto em busca de oportunidades de diversificação de portfólio e proteção contra inflação e desvalorização de moedas fiduciárias.