O ano novo não trouxe alívio para os ativos chineses, que continuam a enfrentar pressão, refletindo uma crise econômica crescente que pode beneficiar o Bitcoin (BTC).  

O yuan chinês (CNY) caiu para 3,22 por dólar americano, atingindo seu menor valor desde setembro de 2023.  

Essa desvalorização de 0,4% no mês de janeiro estende a tendência de perdas dos últimos três meses, apesar das tentativas do Banco Popular da China (PBOC) de acalmar os investidores em meio às expectativas de tarifas mais altas impostas pelos Estados Unidos sob a presidência de Donald Trump. 

Índices de ações e títulos em queda 

Na segunda-feira, o CSI 300, índice blue-chip das bolsas de valores da China continental, atingiu seu nível mais baixo desde setembro.  

O ChiNEXT Index, que rastreia o desempenho de empresas de alto crescimento e inovação, também caiu 8% desde o final de 2024.  

Além disso, o rendimento dos títulos do governo chinês de 10 anos caiu para 1,6%, um declínio de 100 pontos-base em relação ao ano passado.  

Fuga de capitais e aumento da demanda por Bitcoin 

Esses eventos estão alimentando uma possível fuga de capitais da China, com investidores procurando alternativas mais seguras, como o Bitcoin.  

Segundo o LondonCryptoClub, o enfraquecimento do yuan pode acelerar as saídas de capital, já que o Bitcoin se torna um destino cada vez mais atrativo para quem busca proteger seu patrimônio.  

“O Bitcoin será um destino óbvio para alguns desses fluxos, especialmente com os controles de capital em vigor, dificultando a retirada de capital da China por meio de canais tradicionais’, afirmou os fundadores do LondonCryptoClub.  

Os controles de capital da China dificultam a transferência de recursos para o exterior por meio de canais tradicionais, o que torna o Bitcoin uma opção para os investidores. 

O histórico de desvalorização do yuan em 2015, quando o Bitcoin viu seu preço triplicar, reforça essa expectativa. 

O Bitcoin (BTC) alcançou novos recordes em dezembro de 2024, ultrapassando a marca histórica de US$ 108 mil. 
No entanto, a criptomoeda está enfrentando dificuldades para se manter acima de US$ 93 mil, um desafio que está dividindo a opinião dos analistas. 

Segundo Ana de Mattos, especialista técnica e trader da Ripio, o mercado de Bitcoin está agora dentro de um intervalo de preços que pode indicar novos movimentos importantes nos próximos dias.

Instabilidade para o Bitcoin

Após uma queda abrupta registrada no dia 20 de dezembro, quando o preço do Bitcoin caiu até US$ 92.232, a moeda ficou oscilando entre as faixas de US$ 94.140 e US$ 99.830. Essa queda aconteceu após a decisão do Federal Reserve (Fed-banco central dos Estados Unidos)

De acordo com a analista, uma movimentação para cima poderia levar a criptomoeda aos marcos de US$ 102.500 e US$ 105.200, áreas com maior liquidez.

"Se houver rompimento do range para cima, o Bitcoin poderá buscar as regiões de liquidez dos US$ 102.500 e US$ 105.200", afirmou.

Por outro lado, uma quebra do suporte atual poderia resultar em uma retração significativa, com os próximos pontos de suporte sendo os níveis de US$ 90.230 e US$ 87.500.

Um ano de desafios e sucessos para o Bitcoin 

Embora o Bitcoin tenha enfrentado incertezas e volatilidade, ele se destaca como o ativo mais rentável para os investidores brasileiros em 2024. 

De acordo com o Índice de Ganho Real do Grupo Studio, a criptomoeda teve uma rentabilidade impressionante de 163,64%, superando outros investimentos tradicionais.

Ouro continua brilhando 

Apesar do desempenho do Bitcoin, o ouro também teve um excelente desempenho este ano. 

Com um aumento de 23,28% no seu valor, o metal precioso se beneficiou de uma maior busca por ativos seguros, especialmente em tempos de incerteza econômica global. 

A alta demanda por proteção em momentos de tensões geopolíticas e mudanças nas políticas monetárias fez com que o ouro permanecesse como um refúgio confiável para investidores cautelosos.