A tentativa da defesa de Sam Bankman-Fried de reduzir sua sentença por fraude e lavagem de dinheiro encontrou forte oposição do CEO da FTX em reestruturação, John Ray III. Em uma declaração contundente ao juiz Lewis Kaplan, Ray argumenta que as vítimas da fraude "sofreram e continuam a sofrer" e que as alegações de Bankman-Fried sobre a solvência da empresa são "categoricamente falsas".
Em sua carta, Ray contesta a caracterização da defesa de Bankman-Fried dos crimes como "não violentos" e destaca a gravidade do impacto sobre os milhões de credores da FTX. Ele refuta a afirmação de que a exchange era solvente no momento da falência, salientando que apenas 105 Bitcoins restaram dos quase 100 mil BTCs em direitos dos clientes.
“As vítimas do Sr. Bankman-Fried nunca serão retornadas à mesma posição econômica em que estariam hoje se não fosse por sua colossal fraude”, afirma Ray. Ele detalha o trabalho da equipe de reestruturação para recuperar ativos e posicionar a empresa para devolver valor aos credores, mas ressalta que essa recuperação não apaga o dano causado pela fraude.
Ray também critica as estratégias de relações públicas de Bankman-Fried após a falência, que incluíam culpar a equipe de reestruturação enquanto alegava querer trabalhar com ela para reembolsar os credores. “Não se engane; clientes, credores não governamentais, credores governamentais e acionistas não insiders sofreram e continuam a sofrer,” destacou.
A defesa de Bankman-Fried propôs uma sentença de cinco a seis anos e meio, enquanto os promotores pedem de 40 a 50 anos. A sentença está marcada para 28 de março.
